Quinta Em Outra Língua #64 - Light: A Gone Novel - Gone #6 - Michael Grant


Título:
Light
Autor:
Michael Grant
Editora
Katherine Tegen Books
Série:
Gone


Já faz mais de um ano que cada pessoa com idade acima de 14 anos desapareceu da cidade de Praia Perdida, California. Nesse meio tempo, incontáveis batalhas foram travadas: batalhas contra a fome, e as mentiras, e as pragas e pior, batalhas do bem contra o mal e de crianças contra crianças. Alianças foram conquistadas, perdidas, traídas e conquistadas novamente; idéias foram quebradas e substituídas por outras, e as crianças do LGAR começaram a acreditar que a sua nova sociedade é o único tipo de vida existente. Mas agora a Escuridão encontrou uma forma de ressurgir, a existência tênue que eles conseguiram estabelecer está próxima de ser destruída para sempre. As crianças de Praia Perdida sobreviverão?

Atenção: esse é o sexto livro da série Gone. A resenha a seguir pode conter spoiler dos livros anteriores.
Caso queira saber mais, já resenhamos os outros 5 livros:
Medo

Já faz algum tempo que li Light, mas a verdade é que eu ainda não processei tudo. A série Gone, sem dúvida é uma das melhores coisas que a literatura já criou e Light é um final mais do que digno para esses personagens (não é o final da série porque o autor já anunciou mais uma trilogia com novos personagens). E como foi sofrido chegar até aqui. Gone, o primeiro livro, sem dúvida é o mais leve de todos, ainda trazendo aquele esquema da jornada do herói, criação e redenção de vilões e por aí vai. Mas o que vemos nos livros seguintes é uma total desvirtuação disso e várias quebras de expectativas e esse é realmente o maior ouro da série. Aquela coisa que temos com Game of Thrones de não pode ser apegar a nenhum personagem pois ele pode morrer da forma mais brutal possível, é algo bem comum aqui, mas talvez até mais cruel pelo fato de todos os personagens serem crianças. Enfim...

No sexto livro da série, a cúpula que envolve o LGAR agora passou a ser transparente, permitindo ver o que está ocorrendo do lado de fora, no mundo real. Muitas crianças ficaram felizes de saber que seus pais estavam bem, mas também existem aquelas que estão remoendo tudo que errado que fizeram/foram obrigadas a fazer para sobreviver. O que acontecerá se a cúpula realmente cair e todos tiverem de se explicar pelos mortos, feridos e pela destruição? Fora que, muitas delas estão extremamente satisfeitas com seus novos poderes e temem que, ao cair da barreira, eles desapareçam. Enquanto isso a Escuridão tomou sua forma final na filha de Diana, Gaia. A criança passar a crescer assustadoramente rápido e a se utilizar de todos os poderes existentes e utilizados pelas crianças. A batalha final está próxima e poucos serão os sobreviventes...

Eu pensando no Michael Grant a cada morte desse livro...

Quando comecei a ler Light (na época pensando ser o último livro mesmo, porque o Michael Grant ainda não havia anunciado o lançamento de Monster), já estava sofrendo por antecipação de pensar que seria a última vez que veria todos aqueles personagens que eu gostava (menos a Astrid, essa eu queria que morresse mesmo). Possivelmente boa parte deles morreria e seria doído. Não foi diferente: ao longo do texto a Gaia se estabelece como uma das vilãs mais cruéis que eu já vi em livros. Grant ainda garante uma dose extra de terror com uma garota recém nascida, mas que em algumas horas já tem aparência de uma menina de 6 anos; que sabe usar os poderes de todos que estão presos no LGAR. E isso é justamente um laço genial da trama: Gaia sabe usar os poderes, mas também sabe que está ligada a todas as crianças. A partir da hora que uma morre, a vilã perde os poderes que essa possuía. Então, mesmo ansiosa por massacrar todos que estão lá dentro, ela tem que se conter se quiser manter-se poderosa.

Por outro lado, Drake está mais louco que nunca. Sua servidão total à Gaia (algo que era uma certeza em Medo), tornou-se algo estranho, pelo fato do monstro ter se manifestado no corpo de uma garota. Ele não tem nenhum respeito por Diana, apesar de essa ser a mãe de sua líder, e, as vezes, não sabe como lidar com Gaia. Mesmo assim, Drake mantém o seu papel de vilão que adoramos odiar, até mais que Gaia.

E por fim, temos os heróis (e os não tão heróis também). Brianna está particularmente badass aqui. Boa parte da trama só anda por causa dela e, mesmo não sendo uma das mais poderosas, as lutas dela são espetaculares. Sam e Astrid evoluíram bastante também (apesar se eu achar ambos muito chatos) e o envolvimento de ambos com as tramas paralelas acaba sendo outro ponto alto do texto. Mas um personagem que se destaca muito, principalmente no final é o Caine. Ele acaba sendo quase como o Loki dessa história: hora está ajudando os heróis, hora está atrapalhando e você nunca sabe exatamente como ele agirá.

Não há o que dizer sobre o texto do Michael Grante. É espetacular. Fluido, descritivo e surpreendente. Como a Bianne falou numa resenha anterior, ele sabe matar. E mata de um jeito que te destrói, nunca sendo desnecessário. Não tem como definir esse final de outra forma que não seja como "brutal".

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Gerente de projeto, editor de video, de áudio, podcaster, escritor (sem nada publicado) e cozinheiro quando dá tempo.

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