Título: Maze Runner: Prova de Fogo
Autor: James Dashner
Editora: V & R
Série: Maze Runner
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O Labirinto foi só o começo... o pior está por vir. Depois de superarem os perigos mortais do Labirinto, Thomas e seus amigos acreditam que estão a salvo em uma nova realidade. Mas a aparente tranquilidade é interrompida quando são acordados no meio da noite por gritos lancinantes de criaturas disformes – os Cranks – que ameaçam devorá-los vivos.
Atordoados, os Clareanos descobrem que a salvação aparente na verdade pode ser outra armadilha, ainda pior que a Clareira e o Labirinto. E que as coisas não são o que aparentam. Para sobreviver nesse mundo hostil, eles terão de fazer uma travessia repleta de provas cruéis em um meio ambiente devastado, sem água, comida ou abrigo.
Calor causticante durante o dia, rajadas de vento gélido à noite, desolação e um ar irrespirável – no Deserto do novo mundo até mesmo a chuva é a promessa de uma morte agonizante. Eles, porém, não estão sozinhos – cada passo é espreitado por criaturas famintas e violentas, que atacam sem avisar.
Manipulação, mentiras e traições cercam o caminho dos Clareanos, mas para Thomas a pior prova será ter de escolher em quem acreditar.
Atenção, Maze Runner: Prova de Fogo é o segundo livro de uma série e essa resenha pode conter spoilers dos livros anteriores. Já resenhamos o primeiro livro AQUI e a Graphic Novel derivada AQUI.
Sabe aquela máxima que diz que o segundo livro de uma série sempre é o mais fraco? Ainda não li o terceiro de Maze Runner, mas por enquanto isso é uma verdade.
O Labirinto ficou para trás. Thomas, Teresa e os demais clareanos sobreviventes conseguiram fugir da experiência do CRUEL e estão num lugar aparentemente seguro, salvos por um grupo misterioso. Entretanto, tudo vira completamente quando seus salvadores aparecem mortos e Teresa some. Em seu lugar surge um outro garoto, Aris, que também possui uma conexão mental com Thomas e informa que existe mais um grupo (esse composto por garotas) que também estava preso num labirinto.
Quando os clareanos estão a beira do desespero, sem recursos e prestes a serem atacados pelos cranks (pessoas descontroladas, contaminadas com a doença conhecida como fulgor), um homem desconhecido surge, os salva, informando que a experiência do CRUEL ainda não acabou e que os sobreviventes tem uma nova missão. Além do lugar onde eles se encontram existe um deserto inóspito que eles devem atravessar e, caso consigam, serão salvos pelo CRUEL. O Homem também informa aos clareanos que por ter entrado em contato com os cranks, todos foram contaminados com aquela doença misteriosa chamada fulgor, mas, caso cumpram com a missão, todos serão curados.
- Vocês podem pensar, ou pode parecer, que estejamos meramente testando a sua capacidade de sobreviver. Superficialmente, o Experimento Labirinto poderia ser erroneamente classificado dessa maneira. Mas eu lhes asseguro… não se trata apenas de sobrevivência e da vontade de viver. Essa é só uma parte deste experimento. O quadro maior é algo que vocês só entenderão no final.
Ok, essa ideia de você escrever um história com um grupo em perigo que é salvo no final do primeiro livro, só para descobrir no início do segundo livro que, na verdade, eles estão em um perigo ainda maior é um clichezasso que, se bem apresentado, ainda dá uma boa história (Em Chamas é isso e é o melhor livro da série Jogos Vorazes). Não é o caso aqui. Prova de Fogo acabou sendo para mim um livro altamente repetitivo e que cai naquele erro de acumular vários mistérios que nunca são solucionados.
Primeiramente, o deserto: aparentemente aqui é o mundo real (não sei porque ainda não li o último livro e pode acabar sendo algo completamente diferente) e está tudo destruído. Em dado momento há um diálogo em que eles discutem que ali seria um parte do México. Houve algum grande cataclismo que levou à destruição de boa parte do mundo (transformado em deserto) e a liberação dessa doença chamada fulgor que leva as pessoas a se transformarem em algo muito próximo de um zumbi. O grande problema da trama é que toda a construção do livro e da viagem pelo deserto, remete a uma repetição dos acontecimento do primeiro livro e dos perigos do labirinto.
Os personagens pouco evoluem e alguns, inclusive, tomam algumas decisões que não fazem o menor sentido. Thomas mantém aqui o papel de líder e permanece mais ou menos como no primeiro livro, mas toda a inteligência que os clareanos tiveram antes para manter um sociedade coesa foi esquecida. Teresa também está um porre: em dado momento eu estava ficando com raiva toda vez que ela aparecia na trama. Fora que o romance entre ela e Thomas (ou melhor, o Thomas sendo feito de trouxa por ela a cada 20 páginas) acaba ficando imensamente raso e cansativo.
Por outro lado, o livro não é de todo ruim. O poder descritivo do autor continua bem presente aqui e trás ótimas cenas de lutas e suspense. Uma coisa que o James Dashner sabe fazer é trazer brutalidade pras cenas que envolvem violência e aqui ele está mais sádico do que nunca pra imaginar as mais diferente formas de matar personagens. Uma coisa que evoluiu bastante do primeiro livro são os diálogos: em Correr ou Morrer vários são extremamente repetitivos e arrastados. Em Prova de Fogo esse aspecto melhorou muito.
No final das contas Prova de Fogo poderia ter sido um ótimo livro se tivesse solucionado pelo menos alguns mistérios e trouxesse alguma evolução para os personagens. Uma pena a resolução toda aparentemente ter ficado tudo para o último livro... Ah, o final me deu uma raiva absurda.