#Diferentona 06 - A pata da gazela - José de Alencar



Título:
A pata da gazela
Autor:
José de Alencar
Editora:
Martin Claret



José de Alencar é um dos maiores representantes da ficção romântica nacional e um dos fundadores de uma literatura brasileira autônoma de Portugal.
Em A pata da gazela, Alencar dialoga com dois clássicos da literatura ocidental: a Cinderela de Perrault e o leão amoroso de La Fontaine.
Por ser um romance urbano, procura fotografar a alta sociedade carioca do século XIX, retratando com ironia, humor e elementos de suspense a história de um triângulo amoroso entre Amélia, Horácio e Leopoldo.
A pata da gazela é uma obra leve e divertida, que lida com diferentes perspectivas do amor à primeira vista.

Olá, leitores!
Dia 01 de maio, além de ser o dia do trabalhador, também é dia de celebrar a literatura brasileira! 
O dia foi instituído em homenagem ao aniversário de um dos mais importantes autores do Romantismo Brasileiro, José de Alencar, que nasceu em 1829, no Ceará.

Quem prestou vestibular para universidades públicas no Pará deve lembrar muito bem do nome pois o autor era cotado para nossas temidas leituras obrigatórias. No entanto, a diferentona que vos escreve lia muito esses autores clássicos na adolescência. Inclusive, li primeiro Machado de Assis para depois mergulhar no mundo viciante de Stephanie Meyer rsssssss. 

Assim sendo, no ensino médio, logo após ler "A moreninha" de Joaquim Manuel de Macedo, e me apaixonar pela prosa deliciosa, uma professora me indicou "A pata da gazela". Não o li logo após a indicação (/aquelas), mas li vários livros de José de Alencar e sempre os achei doces num ponto que não enjoativos. A linguagem é rebuscada, sim, mas temos que levar em consideração a época que a obra foi escrita e publicada. 
Porém, se engana quem acha que é uma leitura difícil. Sem falar que os termos daquela época são charmosíssimos com o adendo de que os romances de José de Alencar costumam serem simples, mas bem trabalhados.

Classicos

Em "A pata da gazela" conhecemos Horácio de Almeida, um homem da sociedade, elegante e sagaz, que o autor chama de leão. O nosso leão já cortejou várias moças das mais diversas belezas, mas nenhuma o prendeu. Ele está fatigado com a monotonia dos seus amores. 
Quando, por acaso, Horácio encontra uma botina muito pequena e delicada, ele vê um modo de sair dessa rotina sentimental. 
Um pé é tudo que Horácio quer. E ele teima em encontrar a dona da botina para se apaixonar. Ele adora esse pezinho de anjo.

A botina que o leão encontra cai do embrulho que Amélia Sales estava esperando impacientemente, com sua amiga, Laura, pois um moço estava praticamente comendo Amélia com os olhos, e ela já estava desconfortável. 
O moço em questão é Leopoldo de Castro, homem modesto que precisava preencher o vazio melancólico do coração.
Leopoldo encantou-se com Amélia nesse primeiro encontro e ficou a sonhar com seu sorriso e sua alma luminosa. Mas no segundo encontro, ele deparou-se com um defeito terrível da amada: um aleijão (nos termos da edição que li). 
Seu pé era horrível, pavoroso, medonho. E contrastava com a beleza angelical de Amélia. 
Enquanto Horácio, ainda obcecado pelo pezinho da botina, busca a esperança de ter na dona daquele pé seu objeto de adoração.

Dei boas risadas durante a leitura e o autor brinca com nossa percepção nos surpreendendo no final.
É uma leitura deliciosa e divertida que nos mostra a diferença entre o puro e verdadeiro amor da simples atração plástica, que chega a nos confundir até hoje, não vamos mentir. 
Os personagens dialogam com certa altivez, e por vezes percebemos uma ironia sutil (e outras vezes nem tão sutil assim) na narrativa. 

José de Alencar é um autor clássico com marcantes e importantes para a literatura brasileira. Ele merece ser valorizado com orgulho por ser um dos nossos representantes mais vivazes do Romantismo no Brasil.
Essa leitura (naqueles tempos) obrigatória se mostrou bastante prazerosa.
Uma boa recomendação para quem gosta de livros curtos e histórias descomplicadas. 

Até a próxima dica diferentona, leitores! 

Assistente social apaixonada por livros. Militante da transformação social através da literatura.

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