Eu li: Os Portais da Casa dos Mortos - O Livro Malazano dos Caídos #2 - Steven Erickson

Título: 
Os portais da casa dos mortos
Autor:
Steven Erikson
Série: 
O livro Malazano dos caídos
Editora:
Arqueiro

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Já se passaram dez anos desde que Laseen tomou o trono com um ardil traiçoeiro, mas, à medida que o Ano de Dryjhna se aproxima, o Império Malazano se vê à beira da anarquia, enfraquecido pelos acontecimentos na cidade de Darujhistan. Muitas das regiões controladas pelo punho de ferro da imperatriz ameaçam acender a fagulha da revolução.
No meio do vasto domínio das Sete Cidades fica o Deserto Sagrado Raraku, onde estão os resquícios de incontáveis civilizações extintas há muito tempo. Nesse lugar repleto de segredos e magia, a Vidente Sha’ik e os seguidores do Apocalipse preparam um levante contra o poderoso império, conforme previsto nas antigas profecias.
Enquanto as forças convergem contra Laseen, ela reúne um exército de assassinos, feiticeiros e espiões para combater a rebelião e ampliar seu império cruel. Em meio a uma fúria e um poder jamais vistos, o mundo está prestes a mergulhar em uma guerra sangrenta, capaz de mudar os destinos de homens e civilizações, criando lendas que atravessarão os séculos.

Atenção, essa resenha é do livro 2 da série O Livro Malazano dos Caídos e pode conter spoilers do primeiro livro. A resenha de Jardins da Lua está aqui.

Se você voltar na resenha do livro 1 dessa série, você vai me ver dizendo que aquela provavelmente seria a resenha mais difícil que eu já tinha escrito. Essa aqui provavelmente vai ser a mais fácil.
Eu relutei muito em retornar a essa série, tendo em vista dificuldade enorme que tive para ler o primeiro. A quantidade de personagens, de pontos de vista diferentes, de linhas de tramas e de páginas em si, fez Jardins da Lua ser uma leitura complicadíssima apesar do universo rico.

Quando descobri o lançamento de Os Portais da Casa dos Mortos, eu estava convencido de que não ia retornar a esse universo, mas, lendo alguns reviews e conversando com algumas pessoas, fiquei sabendo que agora, apesar do livro ter mais de 800 páginas, o número de narradores era menor. A história seria mais focada em alguns pontos, menos expansiva e mais simples de ler.

Pois bem... de fato, temos menos personagens. Mas, isso definitivamente não fez muita diferença.

É um pouco difícil até resumir exatamente o que ocorre nesse livro. Se no primeiro, vemos a tentativa de conquista da imperatriz Laseen, sobre todo o Império Malazano e às cidades livre do Sul, agora no segundo livro, após todo o conflito ocorrido em Darujhistan, a trama se foca mais no Deserto Sagrado de Raraku e todos os seus mistérios. O grande problema é que não é só isso: novamente o livro se abre em pelo menos, mais 15 subtramas diferentes, todas quase tão complexas.

A redução de personagens trouxe alguma melhoria na narrativa em relação ao primeiro livro, mas a linha do tempo de Os Portais da Casa dos Mortos traz uma confusão que não existia no primeiro. Como vários personagens não existiam no primeiro livro, Steven Erickson se preocupou em narrar algumas cenas de Jardins da Lua pelo ponto de vista deles, mas não ha uma separação real. Você nunca sabe em que parte da linha do tempo está. As vezes você está em uma cena passada no presente e as vezes você volta para Jardins da Lua, sem que exista uma pontuação ou destaque sobre isso. É preciso prestar muita atenção para entender tudo e a leitura fica extremamente arrastada.

Apesar disso, o universo como um todo continua imensamente rico. Em Jardins da Lua exaltei muito a pluralidade de raças existentes (essas completamente diferentes de qualquer coisa que eu já tinha lido), o sistema de magia e a criatividade em criar batalhas. Se no primeiro livro temos uma batalha com a montanha voadora, agora em Os Portais da Casa dos Mortos, há uma cena tão grandiosa quanto (calma, sem spoilers).

Entretanto, levei mais de quatro meses para conseguir concluir o livro. A dificuldade da leitura, a necessidade de uma atenção absurda para entender tudo, acabaram me fazendo ter que voltar páginas várias vezes e, em consequência, tirando minha vontade de prosseguir no texto. Sem dúvida é o universo fantástico mais rico que eu já li até o momento, mas o texto definitivamente não ajuda. Nessa série parei por aqui.


Gerente de projeto, editor de video, de áudio, podcaster, escritor (sem nada publicado) e cozinheiro quando dá tempo.

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