Eu Li: Zootopia - A História do filme em quadrinhos


Título: Zootopia
Editora: Coquetel/Pixel Media
Páginas: 54
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Numa cidade incrível chamada Zootopia, você pode ser o que quiser, mas isso nem sempre é fácil. Judy hopps conquista seu sonho de ser policial, mas acaba trabalhando lado a lado com búfalos, leões, rinocerontes, ursos-polares e elefantes. Quando Judy tem a chance de trabalhar em um caso de verdade, sabe que precisa provar seu valor. O problema é que ela vai precisar da ajuda de Nick Wilde, uma raposa superfalante e trapaceira. Será que um coelho pode mesmo confiar em uma raposa?

As animações da Disney sempre tiveram boas representações no gênero das fábulas. Rei leão, Dumbo, Mogli, A Dama e o Vagabundo são apenas alguns exemplos de animações de sucesso desenvolvidas com personagens animais muito humanos. E eis que esse ano estreou outra fábula da Disney: Zootopia, (quee ganhou uma versão em quadrinhos), mas essa é diferente de tudo o que já foi feito até hoje.

Zootopia poderia ser classificado até como uma distopia. A ideia por trás desse mundo é que a época quando os animais eram separados entre predadores e presas já acabou e atualmente todos convivem pacificamente. As cidades são pensadas de forma a permitir que animais de todos os portes, tamanhos e ecossistemas possam conviver num mesmo lugar e tudo é perfeito e utópico. Quer dizer, quase. Há ainda um preconceito muito grande de ambas as partes sobre o papel de cada um nessa sociedade.


Esse contexto serve de background para a história de Judy Hopps, uma coelha fofa que nasceu no interior e que deseja ser a primeira de sua família a deixar a fazenda para trás, morar na cidade grande e ser uma policial. O problema é que ninguém leva ela a sério. Nem a família (que acha mais fácil que ela fique na fazenda junto com seus outros 275 irmãos), nem os outros animais (afinal ser policial é um trabalho apenas para os grandes e fortes predadores). Quando ela se muda para a cidade de Zootopia, para finalmente trabalhar como policial, acabam delegando pra ela tarefas menores (como ser guarda de trânsito), ao invés de inserí-la na investigação dos casos de desparecimento da cidade.

Nesse ponto conhecemos o segundo protagonista, Nick Wilde, ele é uma raposa espertalhona que é totalmente um contraponto a Judy. Enquanto ela tenta sempre superar todos os estereótipos, ele prefere ser o que a sociedade definiu: uma raposa malandra. Quando os dois são obrigados a se unir para resolver um dos casos de desaparecimento que ocorreu em Zootopia, Judy descobre que vai ter que se esforçar para superar todos os preconceitos (inclusive os dela própria) para conseguir resolver a situação.


A história de Zootopia é genial. O texto todo do filme/quadrinho tem um metáfora tão rica que eu fico muito feliz de perceber que esse tipo de assunto está sendo abordado em um conteúdo para crianças. Não há rótulos para nenhum dos animais (ninguém é bom ou ruim), e toda a jornada de Judy para vencer os preconceitos que sofre e para perceber que ele também era uma agente dessa intolerância é muito interessante. Junte um plot twist que eu realmente não estava esperando, várias partes bem engraçadas (Flecha, a preguiça, é a melhor de todas), uma trama estilo aventura policial e todas as referências à cultura pop que foram inseridas (tem Poderoso Chefão e Breaking Bad) e temos uma história espetacular.

Flecha, a preguiça!
A arte do quadrinho também é muito bonita. Assim, como em Frozen, existiu todo o trabalho de transformar uma animação em 3D numa arte em 2D que funcionasse e o trabalho ficou muito bom. O quadrinho funcionou como uma versão resumida do filme e, mesmo tendo várias piadas removidas, ficou ótimo. Realmente recomendo para todo mundo.


Gerente de projeto, editor de video, de áudio, podcaster, escritor (sem nada publicado) e cozinheiro quando dá tempo.

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