Na Tela #13: Capitão América: Guerra Civil + Promoção

Finalmente chegou: Capitão América: Guerra Civil está nos cinemas e nós não poderíamos deixar de falar sobre ele. Leia sem preocupações que não daremos spoilers do filme, apenas vamos comparar um pouco sobre a HQ/Livro e o filme.


Título: Guerra Civil
Autor: Mark Millar (HQ)/Stuart Moore (Livro)
Editora: Panini/Novo Século
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A épica história que provoca a separação do Universo Marvel! Homem de Ferro e Capitão América: dois membros essenciais para os Vingadores, a maior equipe de super-heróis do mundo. Quando uma trágica batalha deixa um buraco na cidade de Stamford, matando centenas de pessoas, o governo americano exige que todos os super-heróis revelem sua identidade e registrem seus poderes. Para Tony Stark o Homem de Ferro é um passo lamentável, porém necessário, o que o leva a apoiar a lei. Para o Capitão América, é uma intolerável agressão à liberdade cívica. Assim começa a Guerra Civil. 
A HQ/O Livro

Como foi detalhado no último Nerdice Pai D'égua (leia aqui), a trama de Guerra Civil nas HQ's sofreu influência direta de várias outra histórias anteriores da Marvel, envolvendo os mais diversos personagens. Mas a HQ em si (e o livro) começam no fato que foi o estopim: um grupo pouquíssimo conhecido de Super Heróis jovens (Os Novos Guerreiros), que participam de um reality show, resolvem atacar o esconderijo de um grupo de vilões que ficava na cidade de Starford, para tentar aumentar a audiência do programa. A missão começa completamente desajeitada com os heróis sendo avistados pelos vilões e a luta se desenrolando num bairro residencial. Quase sendo derrotado, um dos vilões (o Nitro) utiliza seu poder para criar uma explosão gigantesca que acaba levando um bairro inteiro da cidade. 


Os Vingadores aparecem mais tarde para ajudar os sobreviventes, mas o estrago já estava feito: a explosão atingiu milhares de civis inocentes, incluindo uma escola. A partir daí, os Super Heróis passam a ser mal-vistos pelos humanos normais (o Tocha Humana chega a ser espancado em uma boite), o que acaba dando mais força a uma lei de Registro de Super Humanos que o Governo dos Estados Unidos e a SHIELD estavam tentando aprovar. Essa Lei faria com que todos os Super Heróis passassem a trabalhar e ser controlados pelo governo, além de terem que revelar suas identidades secretas. Tony Stark já era a favor da lei há algum tempo e isso só se intensificou após ser acusado (por uma mãe que havia perdido seu filho no incidente) de ser o financiador da "loucura dos Super Heróis". Por outro lado o Capitão América ao se afirmar contra, foi atacado pela SHIELD por ordens de Maria Hill. Quando a Lei finalmente entra em vigor, os super heróis que não a aceitaram começam a ser caçados separando a todos em dois times: aqueles que seguem o Homem de Ferro e se aliaram ao Governo e à SHIELD; e aqueles que seguem o Capitão América, contrários a Lei de Registro e a favor da liberdade de ação dos herois.

– Fiquei sabendo que vinte e três de seus amigos estão reunidos neste momento no Edifício Baxter para discutir a reação da supercomunidade à Lei de Registro de Super­-humanos. O que você acha que eles devem fazer?
 – Eu… – Capitão fez uma pausa, surpreso pela pergunta direta de Hill. – Acho que não cabe a mim dizer.
 – Deixa de papo furado, Capitão. Sei que você era amigo de Fury, mas agora eu sou a chefe da S.H.I.E.L.D. Pelo menos, respeite o meu distintivo.
Capitão América franziu a testa e respirou fundo. Virou­-se brevemente pra colocar os pensamentos em ordem.
– Acho que esse plano vai nos dividir ao meio. Acho que vamos acabar em guerra uns contra os outros.
Nos quadrinhos e no livro, o desenrolar das batalhas mostram claramente como funcionam as mentes de ambos os lados. O time Capitão América é o ideal dos Super Heróis: apesar de serem caçados por descumprir a Lei de Registro, nenhum deles foge ao dever de continuar ajudando as pessoas. E por causa desse ideal várias batalhas contra o outro time acabam acontecendo. Por outro lado, o Homem de Ferro age claramente com um vilão, ficando tão cego nessa cruzada que não vê problema em se aliar a vilões que ele mesmo enfrentou no passado, atacar brutalmente o outro time, nem em criar um prisão na zona negativa para prender os que há pouco tempo eram seus amigos.

A HQ por ser algo naturalmente mais visual, foca principalmente nas batalhas. A arte de Steve McNiven cai muito bem aqui. Há dezenas de heróis se enfrentando (sério, a Marvel deve ter um milhão de heróis e praticamente todos aparecem na história) e a arte consegue focar muito bem nas principais lutas e ser tão épica quanto a trama pede. 

O Livro, por outro lado, traz um pouco mais de dramaticidade a história. Sendo um derivado da HQ, ele é extremamente fiel. As frases ditas pelo personagens são exatamente as mesmas, palavra por palavra. Stuart Moore foi bem competente em fazer do livro uma versão estendida do quadrinho. Todas as cenas são bem mais detalhadas e passamos a ouvir um pouco mais da consciência de cada personagem. Se na HQ somos brindados com várias artes épicas, no livro temos acesso ao psicológico dos personagens. Essa parte só não foi perfeita pois foca demais nos personagens principais, sendo que várias vezes perde a chance de dar mais brilho a alguns heróis coadjuvantes que são extremamente importantes na trama. O final de ambos é o mesmo, mas o livro ainda trás mais alguns extras e cenas a mais. O mais recomendado é ler ambos (talvez a HQ para já se ver as artes).

O Livro de a HQ são recomendadíssimos e a minha nota final para o conjunto da obra é:

O Filme

Continuação direta de Vingadores: Era de Ultron e Capitão América: O Soldado Invernal, temos essa adaptação de Guerra Civil para o cinema que não é exatamente fiel, mas trás muito das discussões dos quadrinhos.

Devido ao ataque de Ultron e a batalha contra os Vingadores na cidade de Sokovia, além de outro evento que ocorre no início do filme, o governo americano (a SHIELD não existe aqui) e outras 193 nações, resolvem aprovar um tratado de controle sobre os indivíduos aprimorados. Tony Stark aqui está novamente a favor de que os Vingadores assinem o tratado e passem a ser geridos pelo governo. O Capitão América por outro lado é contra e começa a perceber que algo muito errado está acontecendo.

Diferentemente da HQ, aqui não há um lado claramente certo ou errado: cada um tem a sua motivação e se você parar e pensar muito bem, acaba percebendo que ambos tem lá a sua razão para defender seu lado. Tony Stark não é um vilão como na HQ e no livro, mas representa alguém que está tendo consciência sobre seus erros do passado e quer consertá-los, mas tenta fazer isso a qualquer custo e sem ouvir ninguém a sua volta. A cena do quadrinho, em que uma mãe o acusa de ser o financiador de toda a loucura, é bem representada no filme, mas tem um efeito totalmente contrário ao que ocorre na trama original. Além disso, no filme, o Capitão tem também a sua própria busca pelo amigo perdido, o Bucky, que após os eventos de Soldado Invernal ainda está desaparecido. Após algumas reviravoltas (tá difícil escrever isso aqui sem falar spoiler), Bucky também começa a ser perseguido, o que acaba intensificado a rixa dos dois times.



O grande cena de conflito do filme é a que ocorre no aeroporto e para mim é a melhor cena de ação já feita num filme de super heróis. Homem Aranha, Pantera Negra e Homem Formiga são o destaque e roubam completamente a cena, apesar de todas a luta dos outros super heróis também ser incrível. E quando somos encaminhados para o final da trama (que é bem diferente da HQ) começa a ser meio complicado escolher um lado. 

A única coisa que acabou sendo um ponto meio fraco no filme é o vilão, Zemo. O Barão Zemo é um vilão clássico do quadrinhos, que é ligado diretamente a Hidra e ao Caveira Vermelha. No filme isso é bem descaracterizado e acaba sendo completamente diferente. O plano dele é um tanto maluco, mas eu vou parando de falar por aqui, senão começo a contar spoilers.

Enfim, recomendo também o filme a todos e a minha nota final é:

Trailer
Obs: Pode ver o trailer, sem problemas, que as melhores surpresas ainda estão no filme:


Ah, e não esqueça de deixar seu comentário, porque a promoção continua.


Gerente de projeto, editor de video, de áudio, podcaster, escritor (sem nada publicado) e cozinheiro quando dá tempo.

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