Título:Um beijo e nada maisAutora:Mary BaloghEditora:ArqueiroAno:2020Série:Clube dos sobreviventes #6Desde que testemunhou a morte do marido durante as Guerras Napoleônicas, Imogen, lady Barclay, se isolou em Hardford Hall, na Cornualha. O novo dono da propriedade ainda não apareceu para reivindicá-la, e ela torce desesperadamente para que ele nunca venha acabar com sua frágil paz.Percival Hayes, o novo conde de Hardford, não tem nenhum interesse na região distante da Cornualha, tanto que, desde que recebeu o título, nunca quis conhecer o lugar. Mas em seu aniversário de 30 anos ele está tão entediado que decide impulsivamente fazer uma visita às suas terras.Ao chegar lá, fica chocado ao descobrir que Hardford não é o monte de ruínas que imaginou. Fica perplexo também ao constatar que a viúva do filho de seu predecessor é a mulher mais linda que já viu.Em pouco tempo, Imogen desperta em Percy uma paixão que ele jamais pensou ser capaz de sentir. Mas será que ele conseguirá resgatá-la da infelicidade e convencê-la a voltar à vida?
Olá, queridos leitores!
Que tal nos atualizarmos mais um pouquinho nos romances de época da editora Arqueiro?
Como bons amigos de longa data que somos, sempre vale te lembrar que este é o sexto livro de uma série aparentemente finalizada, e a leitura fora da ordem pode ocasionar determinado prejuízo à sua leitura, tendo em vista que os protagonistas vão mudando no decorrer das histórias, mas os anteriores esporadicamente vão aparecendo no entrelaçar dos demais livros.
Em caso de dúvidas, te recomendamos pesquisar aqui no blog as resenhas dos livros anteriores, estão todos a sua disposição. Partindo da premissa de que "Quem avisa, amigo é" e diante dos fatos expostos sigamos o baile!
Como diria a diva do pop Lady Cher: "Do you belive in life after love?" (Você acredita em vida após o amor?) pois essa música bem que poderia ser a trilha sonora
Para quem já acompanhou a saga da série até aqui já conhece nossa protagonista, Lady Barclay, como sendo a única mulher do "clube dos sobreviventes" e com uma das histórias mais pesadas, na minha humilde opinião. Porém até aqui só tivemos vislumbres parcos do que aconteceu e de sua personalidade muito reservada.
Lady Barclay vive resignada e tranquila em sua casa de viúva nas terras de seu falecido marido desde o trágico ocorrido, e assim vem se mantendo modestamente e participando somente quando muito necessário de certa vida social aos redores ou com os seus familiares que ainda residem na casa principal. A única exceção são as reuniões do clube, que ela vai prontamente e muito satisfeita.
Todos sempre comentam na casa principal que o primo de seu marido, o atual detentor do título é um homem muito jovem, porém muito pontual em tudo de sua vida, negócios e família, assim passando a ser considerado um sucesso em tudo o que faz. É filho único e seus pais fizeram inúmeras cobranças para que ele não fosse nada menos que perfeito.
Nem preciso dizer que uma alto cobrança foi instaurada em sua cabeça, então certo dia em que se encontrava as vésperas de seu aniversário e bebendo com uns amigos no clube, teve a brilhante ideia de se refugiar na casa que herdou juntamente com o título que era de seu primo. Então no dia seguinte, meio que fugido de seus pais que já estavam confabulando um enorme baile em comemoração, ele sai rumo ao campo. Porém nada o preparou para o circo que ele encontrou... afinal de contas, ele não tinha muito vínculo com o lado da família de seu primo. Então chegar na casa e encontrar tias excêntricas, um canil dentro da casa e uma viúva tão jovem ainda na casa principal, e ainda ninguém o reconhecer como o senhor, mas sim como uma visita, foi muito impactante.
Todo esse cenário o fez questionar seu nível de embriagues quando decidiu tão impulsivamente pelo refúgio no lugar do baile sufocante. Mas assim como muita coisa em sua vida, aos poucos ele vai achando jeitos lógicos de colocar minimamente as coisas da forma que ele quer. Mas a presença da viúva o inquietava de forma que não sabia mensurar. Lady Barclay, ao que lhe foi informado, era a melhor amiga de seu primo de longa data, então o casamento entre eles foi um progresso natural que as pessoas já esperavam. Mas ela parece esconder algo mais sobre o falecimento de seu primo... e ele se decide por descobrir a respeito.
Dizer que Lady Barclay começa a não suportar a presença do primo chega a ser um eufemismo, e mesmo com sua casa em reforma e sem boa parte do telhado, opta por voltar para a solidão mais que bem-vinda ao aconchego de seus livros e companhia da gata que a adotou. Mas as vezes não adianta a gente não comprar uma briga, pois algumas saem correndo atrás da gente. E Percy não consegue controlar sua curiosidade sobre o caso, assim passa a fazer visitas regulares a viúva do primo. Despertando certos comentários malicioso... aos quais nenhum dos dois parece ligar muito.
E através de muita conversar, insistência e constância, alguns muros psíquicos e emocionais acabam por serem derrubados de ambos os lados, e vão percebendo que fazem parte de um quebra cabeça sombrio envolvendo propriedade, pessoas que ali o cercam e uma pergunta nasce: será que seu primo morreu na guerra ou foi assassinado por pessoas que parecem inofensivas em suas terras? Obviamente que em determinado período Percy consegue despertar certos pensamentos diferentes na mente de Lady Barclay, mas será que ela vai conseguir sobreviver a sua culpa e deixar de lado que Percy é mais novo que ela e é substituto de seu marido no título de nobreza?
E será que Percy vai conseguir deixar de lado toda a expectativa de sua família sobre um casamento conveniente e se casar por amor? Levando em consideração que ele nem saberia dizer logo de cara o que esse sentimento representa ou o faz sentir?
Acho que uma das primeiras palavras que me passou na mente ao término desse livro foi: redenção. Lady Barclay carregou e aceitou por tanto tempo uma mentira que foi contata tantas vezes que passou a ser considerada verdade. E isso a fez perder um pouco do seu espírito. E Percy, que também tinha sido desapropriado do seu, conseguiu achar alguém que não só o isentava de cobranças, como o aceitava... e mal eles percebiam que não estavam só doando, mas construindo.
Foi muito maturo e libertador ler a história destes dois.
Espero que tenham gostado da resenha, e fica a dica!