Eu Li: A rainha do nada - Holly Black

Título:
A rainha do nada
Autora:
Holly Black
Editora:
Galera Record
Série:
O povo do ar #3
Ano:
2021



Ele será a destruição da coroa e a ruína do trono.
O poder é mais fácil de adquirir do que de manter. Jude aprendeu a lição mais difícil de sua vida quando abdicou do controle do Rei Cardan em troca de um poder imensurável.
Agora, ela carrega o outrora impensável título de Grande Rainha de Elfhame, mas as condições são longe de ser ideais. Exilada por Cardan no mundo mortal, Jude se encontra impotente e frustrada enquanto planeja reivindicar tudo que Cardan tomou dela.
A oportunidade surge com sua irmã gêmea, cuja vida está em perigo. Para salvá-la de uma situação tenebrosa envolvendo Locke, Jude decide voltar ao Reino das Fadas se passando por Taryn. Antes disso, porém, ela precisa confrontar os próprios sentimentos contraditórios pelo rei que a traiu.
No entanto, ao voltar a Elfhame, Jude constata que tudo mudou. A guerra está prestes a eclodir, e ela caminha próximo a seus inimigos. Será que ela vai ser capaz de resgatar a Coroa e o amor incondicional de Cardan, ao mesmo tempo que destrói os planos de seus inimigos? Ou será que tudo está perdido para sempre?
A rainha do nada é o épico desfecho da trilogia O Povo do Ar, da renomada autora Holly Black. Com intrigas palacianas, reviravoltas inesquecíveis e uma construção de universo ao mesmo tempo complexa e crível, Holly Black se consagra mais uma vez como a rainha do Reino das Fadas e um dos nomes mais icônicos da fantasia para jovens adultos.


Olá, queridos leitores, como estão?
Preparados para mais um livro de fantasia com direito a orelhas pontudas e tudo? Apesar de passar a amar o universo férrico, muito por causa da nossa amada Sarah J Maas, na resenha temos que ir com certa cautela, pois a autora de hoje é ninguém menos que nossa trevosinha querida, Holly Black. Vale também ressaltar que esta é a resenha do terceiro livro da série "O Povo do ar" então, não te aconselho a ir adiante sem ter lido os primeiros livros, pois tento meu máximo para driblar spoilers, porém eles esporadicamente aparecem camuflados e a leitura desta resenha, por certo, vai interferir na sua leitura dos livros anteriores. Bom, quem avisa amigo é... sigamos com a resenha!


A filosofia clássica já ensina há algum tempo a mensurar e não subestimar a grandiosidade do tombo que podemos levar quando não aprendemos a evitar a contaminação pela corrupção que a grandeza e o poder pode ocasionar. Partindo dessa premissa é que podemos, em parte, absorver a miséria em que Jude se encontra, agora que está exilada no mundo humano, em tese seu mundo de origem, mas nunca seu lar de verdade. No sentido material, há vantagens em se ter uma irmã que consegue enfeitiçar folhas secas de arvores para que os humanos as aceitem no lugar do dinheiro, proporcionando assim uma vida sem luxo, mas confortável o suficiente. Mas a miséria no qual falo, é referente ao tombo de que falamos no início de nosso parágrafo.

No final do segundo livro, após finalmente ter sido resgatada no mundo marinho onde comeu o 'pão que o diabo amassou', Jude descobre que na verdade Cardan havia negociado sua liberdade, e que para permanecer viva e livre teria que em tese aguardar a coroa aceitá-la de volta. E assim, ela foi banida para o mundo humano, sem que o povo descobrisse que, na verdade, baniram a grande rainha de Elfhame. Pois este mesmo rei perverso dias antes tinha também se casado com ela e mantiveram a união em segredo. Já no mundo humano, com o tempo, a raiva de Jude foi se acalmando na medida do possível, sendo substituída por outros sentimentos.

Uma coisa a incomodava ainda na vida humana: era o fato de que a única coisa em que era realmente boa era matando pessoas. Então começou a procurar por renegados, como ela, que estivessem a procura de uma mercenária, e se colocaria a disposição para missões mais sanguinolentas pelo preço justo. Assim começou a fazer parte da vida de outro ser encantado que esporadicamente contratava seus serviços de cobranças. Até certa noite em que foi acionada para ir atrás de uma encantada que estaria comendo pessoas/encantados. Acontece que não era só mais uma encantada, era uma capuz vermelho que nem seu padrasto. O que significa que qualquer luta que tivessem, teria que terminar em morte. Mas já que ela não tem nada a perder, encarou a missão de peito aberto.

Ela pode até não ser munida de encanto e magia, mas foi treinada pelo capuz vermelho mais perverso de todos, e atualmente o líder do movimento contrário ao rei, e aprendeu tudo deste mundo para que se mantivesse vida dentre tantas mentiras e trapaças. Contar o que aconteceu entre elas seria um super spoiler, então vou apenas dizer que Jude fez muito bom uso de sua inteligência. Na sua volta para casa se depara com uma super provação, afinal de contas, como encarar sua irmã gêmea que te traiu por causa de um boy lixo?

Pois é, Jude chega em casa e ainda tem que fazer sala para a gêmea. Só que essa mesma gêmea vem trazendo não só as atualizações do mundo que tanto Jude sente falta, mas como também uma bomba que pode colocar a vida de sua gêmea em risco, então vendo aí uma oportunidade de ver Cardan novamente, e de quebra ainda ajudar sua irmã, ela aceita trocar de lugar e voltar para Elfhame para passar por um tribunal perante Cardan. E assim acontece, mas nem preciso dizer que parte do plano saiu pela culatra e ela acaba sendo raptada por engano.

Jude tem que passar por uma das piores missões de sua vida, enganar seu padrasto e madrasta para que não descubram seu disfarce, e também terá de descobrir quais são os planos de ataque do exército rebelde contra Cardan, porque apesar dele ter a exilado, tem certos sentimentos que por mais que queiramos não podem ser facilmente ignorados em pouco tempo. E assim ela consegue ir até determinado ponto, em que começa a se organizar para a fuga. Porém, algo dá errado e ela começa a ter seu disfarce arruinado. Mas o destino tem um censo de humor bem ácido e sádico pois, afinal de contas, quem poderia imaginar que ela seria salva justamente por certas pessoas?

Acho que uma das especialidades de Holly Black é a habilidade praticamente nata de conseguir brincar com as palavras de forma a fazer o leitor se sentir muito trouxa no final de cada leitura, por não ter prestado a devida atenção no texto, e até mesmo na posição das virgulas em uma única sentença no livro anterior que poderia ter mudado o rumo da vida de todos os personagens. Junte isso ao fato dela ter arrasado no cunho fantástico no final do livro para a conclusão fenomenal da série. Até agora, mesmo já tendo lido há algum tempo este livro, ainda me impacta o quanto ela conseguiu com poucas páginas me cativar ao ponto de passar a adorar personagens fantásticos que são tão humanos, com seus erros e sentimentos.

Espero que tenham gostado da resenha e até o próximo post.
Fica a dica!

Assistente Social por amor a profissão, descobriu em 2013 uma nova paixão: ser blogueira literária. Desde então vem se apaixonando mais a cada novo livro lido. Descobriu através de Jose de Alencar e só reafirmou ao ler Jane Austen, que Romances de Época são imprescindíveis para a sua vida assim como respirar. Adora intercalar suas leituras com momentos em família, séries de tv, doramas, música, bujo, fotografia, saídas com amigos e seus cachorros lindos. Encontra na literatura uma forma de desbravar o mundo e fazer novos amigos.

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