Título:
Ìségún
Autora:
Lu Ain-Zaila
Editora:
Monomito
Ano:
2019
Nesta novela cyberfunk, acompanhamos Zuhri, detetive do Núcleo de Combate a Crimes de Ordem Ambiental-Humana, em sua investigação a respeito do assassinato do Dr. Diop, chefe de pesquisas de biolimpeza industrial da Alphabio Tech, em meio às tensões espaciais e sociais entre a Cidade Alta e a Cidade Baixa e ao mistério que envolve Ayomide, personagem que conecta Zuhri ao seu passado.
Essa é minha primeira experiência de leitura com a obra da autora Lu Ain-Zaila e já inicio com alegria ao constatar que foi extremamente positiva. É fácil e acessível encontrar as suas obras então já deixo esse alerta para vocês, leitores, ficarem atentíssimes. A autora é uma referência em obras afrofuturistas no Brasil e a indicação de hoje, "Ìségún", se trata de uma novela nos moldes do afrofuturismo que é caracterizado como cyberfunk.
Por ser uma novela, se trata de um texto relativamente mais curto que um romance. Tal obra se inicia, desenvolve e finaliza ao longo de 115 páginas, em uma edição mais compacta, que foi publicada pela Editora Monomito.
No enredo, acompanharemos Zuhri, uma detetive do NCCOAH (Núcleo de Combate a Crimes da Ordem Ambiental-Humana) que foi acionada para investigar a morte do Dr. Diop, um pesquisador da Alphabio Tech, uma famosa empresa que trata de recursos ambientais. Além do mistério que envolve a morte do pesquisador, Zuhri terá o desafio de compreender sua conexão com Ayomide, uma entidade mística que cruzou o seu caminho anos antes e até hoje impacta a sua vida de uma forma bastante misteriosa.
Paralelo ao enredo central, temos a ambientação digna de nota que a autora nos apresenta. É um mundo pós-apocalíptico completamente tomado por destruição, onde o meio ambiente virou prioridade de se manter. Agora é dever das pessoas que vivem neste mundo cuidar e cultivar para tentar amenizar os estragos. A desigualdade social também toma lugar, onde alguns poucos tem acessos e condições de se manterem minimamente seguros e outros - a grande maioria - precisam lidar com a vida nos limites das contaminações do ar e da água.
É uma história de ficção que me arrepiou da cabeça aos pés pois é uma ambientação crível e palpável; talvez nem esteja tão longe.
Por ser uma novela do afrofuturismo, temos o protagonismo negro de Zuhri e Ayomide, além da maioria dos personagens, com uma carga intensa de ancestralidade africana como inspiração.
Notas de roda pé nos explicam termos e nomes e, além disso, temos fragmentos de músicas atuais que ornam bem com que a autora nos passa no decorrer da história.
Como anteriormente citado, por ser uma novela, é uma obra curta porém intensa, bonita e muito reflexiva.
Lu Ain-Zaila conquistou uma leitora, sem dúvida.
Adquiri a obra diretamente no site da editora Monomito e acredito que ainda tenham exemplares disponíveis para acesso. Confiram esta e outras
obras no site.
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Leiam! |