Master Post: Grishaverso

Olá, leitores pai d'égua!
Hoje venho falar de renovação, afinal, os livros da trilogia Grisha estão sendo relançados pela Editora Minotauro com nova capa e novas expectativas, afinal, a série de TV está na porta!
Não sei vocês mas estou só um pouco DESESPERADA para acompanhar essa série e vou já dar detalhes do porquê.

VEM AÍ

Acredito que seja importante resgatarmos a história dos livros; e aqui vou constar apenas sobre "Sombra e Ossos" e "Sol e Tormenta" pois são os livros que já estão na pista para os leitores.
Vem comigo?

"Sombra e Ossos" é o livro de estreia de Leigh Bardugo e o primeiro do Grishaverso. A autora criou um universo sombrio onde a guerra é o pano de fundo, humanos e Grishas compõem o exército de Ravka para combater Fjerda e Shu Han e algo ainda mais perigoso: A Dobra das Sombras; um corte negro no meio do território de Ravka que a separa de sua área costeira e a deixa isolada do mar. Para fazer comércio e troca de mercadorias é preciso se arriscar e atravessá-la, mas a Dobra esconde perigos inimagináveis em meio à escuridão.

Os Grishas são pessoas especiais que manejam elementos naturais e conseguem controlá-los. A habilidade Grisha é chamada de Pequena Ciência. Aeros, Hidros e Infernais controlam, respectivamente, os elementos ar, água e fogo. Possuem várias subdivisões e suas funções lhe conferem termos específicos, como: curandeiros, sangradores, conjugadores, etc.
Dentre os tipos de Grishas, há o mais poderoso deles: o Darkling, um conjurador que controla a escuridão e, mais do que isso, é um amplificador vivo. Inclusive, há centenas de anos foi um Darkling quem criou a Dobra das Sombras e hoje um Darkling quer livrar o mundo dessa maldição.

A narrativa principal é na voz de Alina Starkov. Uma sobrevivente de guerra que agora é cartógrafa e está na iminência de atravessar a Dobra com seu contingente do exército. Ela e seu amigo de infância, Maly, depois de passarem anos sob a tutela de um benfeitor (que acolhia órfãos de guerra), servem juntos ao primeiro exército de Ravka.
Vamos pôr as cartas na mesa: Alina é apaixonada por Maly e o platonismo da situação é meio doloroso. Maly é um rastreador talentoso e muito atraente, o que não o deixa sem companhias femininas. Claro que ele se importa com Alina, mas não do jeito que ela gostaria.

A travessia na Dobra é um ponto crítico e Alina não tem um pressentimento bom sobre isso. O momento chega e tudo dá errado.
Volcras, criaturas malignas que vivem na Dobra, atacam o contingente e o caos impera. Não há esperança, apenas escuridão e morte. Até que surge... luz.
Uma luz que sai de Alina. Uma luz que é Alina.

Alinaaaaa

Quando os poucos sobreviventes são levados à presença do Darkling, Alina não sabe explicar o que aconteceu. É tudo surreal, mas ela descobre que é uma Conjuradora do Sol. A única viva há centenas de anos. Isso significa esperança, a Dobra enfim poderá ser destruída e Ravka poderá se unificar, mas que a que preço?
Alina não faz ideia do novo universo que a espera. Ela terá que aprender a lidar com suas habilidades, com a pressão de ser a salvadora e com seus dramas internos. Ela perceberá que as relações de poderes são mais complexas que imagina, pois estará no centro.

(...) "Porque você gasta toda sua força lutando contra sua natureza?"
Eu não estava lutando contra nada. Ou pensava que não estava. Não tinha mais certeza de coisa alguma. Toda a minha vida eu havia sido frágil e fraca. Todos os dias pareciam uma luta. Se Baghra estava certa, tudo isso mudaria quando eu dominasse meu talento Grisha. (...)

A autora se inspirou na Rússia para a ambientação da trama e é tudo totalmente crível. A narrativa é incrivelmente sensorial e... visível. As descrições de lugares, pessoas, situações e até sentimentos, são feitos de forma primorosa e fluída. Mesmo com vários termos complicados no primeiro momento, acabamos nos familiarizando com eles e somos enredados por essa mitologia fantástica.
Os personagens são incríveis. Alina, mesmo com o poderoso clichê sentimental, é uma heroína BADASS, não só por todo poder que ela tem em mãos, mas por sua personalidade forte. Maly some um pouco da história mas, sempre que se faz presente, sua postura é atrativa e confiante. E temos o Darkling, o segundo homem mais poderoso de Ravka (só está abaixo do rei) e o Grisha mais awesome que já se teve notícias! Sua presença é forte e grita "perigo" e mesmo assim é meio impossível não se encantar.

(...)"Eu posso ser piedoso."
Ele se inclinou, puxando-me para perto, seus lábios tocando meu ouvido. "Amanhã, entramos na Dobra das Sombras", sussurrou, sua voz como uma carícia. "E quando chegarmos lá, alimentarei os volcras com seu amigo e você o verá morrer"(...)

Ainda temos Genya, Ivan, Baghra, o Apparat e outros personagens importantes, todos com sua carga de mistérios, encantos e surpresas.

Para falar a verdade, tudo referente ao Grishaverso inspira mistério, encanto e surpresa. Acontecem muitas revira-voltas que deixam a história mais tensa e surpreendente a cada avanço. A autora fechou um ciclo nesse primeiro livro, mas ainda terá várias perguntas sem resposta e, certamente, muitas surpresas para os próximos livros.


"Sol e Tormenta" é o segundo volume do Grishaverso e todos os eventos que se passam neste livro estão intrinsecamente ligados ao livro um, "Sombra e Ossos", portanto, talvez apareçam alguns detalhes triviais considerados por muito de vocês como spoilers, rsss.

Depois de toda a confusão, mentiras e vingança no final de "Sombra e Ossos", o livro dois começa com Alina e Maly fugitivos em outra cidade para além do Mar Real. Desde que Alina conseguiu controlar o poder do amplificador de Marozova, deixando Darkling e seus grishas na Dobra das Sombras, ela tenta levar uma vida normal. Mas para aparentar uma normalidade, ela precisa esconder seus dons e isso a enfraquece. Alina quer acreditar que conseguirá fugir do Darkling, mas sente que é impossível se desvencilhar do elo que os une.

"Somos parecidos, disse ele, como ninguém mais é, como ninguém mais será.
A verdade daquilo ecoou dentro de mim. Os similares se atraem."

A Alina que conhecemos em "Sombra e Ossos" está mudada. Ser a Conjuradora do Sol exige muito dela e, claro, atrai muitos olhares cobiçosos para seu poder. Quando Darkling consegue alcançá-la (porque ele é badass e pode tudo, anotem), descobrimos que ele foi atingido de uma forma assustadora pela Dobra. Nichevoya, monstros de sombras altamente destrutivos, estão sob seu poder e Alina não sabe lidar com essa realidade. A pequena ciência é usada por grishas que conseguem manipular matéria, mas o poder de Darkling ultrapassa qualquer tipo poder conhecido. É feitiçaria. É maldição.

Fica claro que os planos de Darkling para Alina ainda não acabaram. O amplificador de Marovoza acaba se mostrando apenas um elemento de um conjunto que, se combinados, pode se transformar em uma fonte de poder insuperável. Junto com a tripulação de Sturmhond, um corsário cheio de mistérios, Alina alcançará mais um elemento para o amplificador, porém, a que preço?
Depois de uma série de revira-voltas, Alina se vê novamente em Os Altas, a cidade real de Ravka, tentando dar um basta no poderio do Darkling com a ajuda de Nikolai, um príncipe com qualidades (e defeitos) interessantes e que almeja pelo trono.
Paralelo a esses eventos, há o fato que Alina é considerada uma santa por uma multidão de peregrinos que a seguem. Muito engenhoso, querida autora. Muito engenhoso.
Obviamente que a política falará muito alto, mas a fé que move o povo é de arrepiar verdadeiramente. Alina não sabe lidar com nada disso com a placidez que o Darkling lidava, porém a necessidade de ela aprender a fazer isso o mais rápido possível é imprescindível.

Esse livro é interessante por vários motivos. No começo acontece muita coisa de uma vez só, porém quando Alina chega em Os Altas, a autora parece mudar o foco da aventura para a estratégia. Entendam, Alina se vê no meio de uma competição política na monarquia em um tempo de guerra. É inteligente como Leith Bardugo insere o leitor de forma sutil nos assuntos internos do primeiro e segundo exercito. Estávamos fugindo numa maquina voadora e de repente somos enredados por esses conflitos. O livro fica até em um ritmo mais lento, porém achei necessário para o leitor entender a complexidade política. Alina, que era apenas uma cartógrafa há menos de 1 ano, agora é uma das grishas mais poderosas que se tem noticiais e o preço a pagar pode ser alto.

Repito: a autora foi extremamente inteligente ao dar essa amplitude dos fatos para o leitor; os conflitos políticos, a manipulação da fé do povo e a dificuldade de lidar com uma monarquia incompetente são elementos tão importantes como a guerra com o Darkling e seus Nichevoya.
Se a metade do livro é lentamente estratégico, Leigh Bardugo dá um giro em 180° na sua conclusão. Sério, é de concluir o livro sem ar!

"Sol e Tormenta" é um ótimo intermediário para a conclusão desse universo. O que acho realmente incrível nessa trilogia é que o bem e o mal não andam separados. Ao contrário, eles se confundem em verdades e equívocos intrínsecos. As razões para a guerra, se analisadas friamente, podem ser justas de ambos os lados, porém não se enganem: o poder é a maior justificativa para alcançar esse domínio.

"O medo é um aliado poderoso, ele disse. E leal."

Os personagens continuam muito bem trabalhados. Nikolai se mostrou um potencial concorrente para Darkling em meu coração, então ainda não consigo entender a obsessão de Alina por Maly, mas ok. A relação dos dois fica até um pouco piegas em algumas partes, mas nada que me incomodasse ao ponto de largar o livro. Também somos apresentados a Tamar e Tolya, dois grishas rebeldes que nunca fizeram parte do segundo exercito, porém que sabem se defender como ninguém. Fora alguns personagens já conhecidos como David, Zoya e Genya, que nos surpreenderão de formas confusas nesse livro. Alguns nomes e termos apontam que a forte inspiração russa na história também continua presente.

A editora Minotauro trouxe umas capas MARAVILHOSAS para este novo lançamento e estou simplesmente enlouquecida por elas (me nota, editora!)
Vou fazer uma resenha tradicional do livro 3 quando este sair no país em breve então aguardem que vem aí.

E por falar em VEM AÍ, meus filhos e filhas, a série de TV inspirada em Grishaverso já chegou com TUDO. 
A série produzida pela Netflix tem data de lançamento marcada para o dia 23 de abril. Já liberaram a agenda? 
O elenco está LINDO conta com ninguém mais, ninguém menos que ele: Ben Barnes como Darkling. 
A Netflix pegou todo o sonho da adolescente leitora fanfiqueira e colocou para jogo, afinal, Ben Barnes já foi absolutamente todo mundo em fanfics! (O que me dói até hoje é Dimitri Belikov. Ai.)

Confiram o trailer da série legendado:



ANIMAÇÃO, GENTE!
Tudo indica que a série vai render, hein! Vamos todos assistir para essa renovação de temporada possa acontecer! 
Eu estou animadíssima com tudo que se refere a Grishaverso e espero que esse post tenha animado vocês para o que vem aí. 

Me contem se vocês já conheciam sobre esse universo e se vão acompanhar a série pra gente bater papo!

Até a próxima! 


Assistente social apaixonada por livros. Militante da transformação social através da literatura.

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