Eu Li: Lady Audácia - Karina Heid

Título:
Lady Audácia
Autora:
Karina Heid
Editora:
Independente
Ano:
2020
Série:
Damas de Aço #1



Reino de Württemberg, 1871 — Tudo que o duque de Württemberg faz desde que foi constrangedoramente alvejado na guerra é embebedar-se e fugir das demandas da mãe, que quer vê-lo casado e produzindo herdeiros. Mas se tem algo que Dietrich teme mais do que tiros, são as mulheres. Cruéis, elas conseguem ser piores que suas lembranças das balas ricocheteando sobre a cabeça. Ele prefere as trincheiras aos bailes, onde seu acidente - e fracassos justamente naquela área - rendem mexericos infinitos.
Emma Thiessen, filha do meio do maior industrial do aço, foi criada em uma redoma, como uma flor vulnerável. Mas por trás da saúde frágil esconde-se uma moça inteligente e determinada a fazer algo relevante da vida. Assim que a rigorosa governanta dos Thiessen se ausenta, ela espalha seus mapas pela sala e estuda maneiras de unir-se à aclamada expedição do maior naturalista do reino rumo à África. Ela se recusa a ser uma inválida. 
Quando o destino a coloca frente a frente com o mais irritante, indecente e mal falado dos homens, o Duque de Württemberg, ela o repele. Obrigada a dançar com ele, convence-se que só precisa tolerá-lo por uma dança e nada mais. Mas uma dança seria tempo suficiente para se apaixonarem? A resposta seria não, se não fosse por um detalhe: a inexplicável e incompreensível reação do duque à sua audácia.


Bom dia, amadinhos! Vamos de dica de romance de época de uma autora nacional para começar bem a semana? Estava eu curtindo os stories de um instagram amigo nosso, o Silêncio Contagiante de Manaus, quando nossa amiga Mayara Tashiro começou a falar desse livro e do box que ela tinha adquirido. Nem preciso dizer que a May sabe 'vender um peixe como ninguém' portanto corri até o kindle e descobri que os três livros estavam disponíveis no Kindle Unlimited. Então admito que eles pularam na frente da fila intermináveis de livros... e a leitura dos três foi como uma corrida alucinante. Não conseguia parar!

A proposta da autora foi muito certeira pois, apesar de amar muito meus romances de época ambientados em Londres e nos campos ingleses, ler um livro de romance de época que se passa na Alemanha foi um baque muito bem-vindo. Todas as coisas que amo em romances estão lá, mas você se pega aprendendo novas palavras, imagina novas ambientações, sente o frio da temporada. Além de começar a desconstruir um pouco o padrão de beleza britânico na imaginação, foi um pouco difícil no início, mas na metade do primeiro livro já estava pegando o jeito da coisa.

Manas e manos, o que é o jeito da autora para criar personagens marcantes? Não só os personagens principais, mas os secundários também; a melhor personagem da série na minha humilde opinião é a mãe dos meninos. Gente, ela é elegante, inteligente, sagaz e muito certeira. Que mulher, MEU PAI!!! Quero ser amiga dela para ontem... mas, vamos a resenha?

No reino de Wurttemberg os nobres já vislumbram no horizonte a dominação de uma nova classe social, os burgueses industriais e investidores, mas mesmo assim eles acabam encontrando um jeito de coexistir sem deixar a pompa oca dos títulos com os infames novos ricos. Partindo dessa premissa, temos Herr Thiessen, um homem austero que construiu seu império de ferro e vapor praticamente do nada, e que como muitos queria poder ter tido filhos para levarem adiante o seu nome e conquistas, mas sua falecida esposa, acabou lhe agraciando com três lindas e diferentes filhas: Charlotte, Emma e Arabella.

As irmãs foram criadas com todo requinte, elegância e acesso possíveis. O que o pai não sabia por outro lado é que elas praticamente eram traças de biblioteca, amavam ter acesso a livros e estudar tudo o que aparecia pela frente. Então elas poderiam ter conversas diversas com qualquer pessoa e mesmo com o pai sobre investimentos e toda a produção de seu império. Mas ao mesmo tempo que se orgulhavam sobre isso, mantinham essa informação mais para elas mesmas. E se divertiam muito driblando sua ama para que pudessem ler seus romances hot proibidos no quarto, escritos pela infame lady Malícia.

Sobre a vida delas, tudo corria bem... mas ao mesmo tempo, no outro extremo do reino, um enorme "castelo" chamado Solitude abrigada uma Duquesa que já estava cansada de esperar seus três filhos tomarem jeito na vida, então ela resolveu tomar as rédeas da situação. Certa manhã ela invadiu o bordel e encontrou seu filho literalmente com as calças na mão, e deu um ultimato nele: ou ele escolhia uma noiva e tomava vergonha na cara ou ela escolheria. E com isso, saiu feito um furacão trazendo seu filho a reboque de volta para Solitude informando a ele que um baile aconteceria naquela mesma semana, onde esse assunto seria resolvido de uma vez. 

Nem preciso dizer que as três irmãs foram convidadas a esse baile, e tudo corria bem, até que chegou o momento da apresentação do Duque a todos, pois foi quando Emma começou a passar mal. Façamos um parênteses aqui para dizer que Emma nasceu com um problema respiratório que a fez imaginar que casamento e filhos seriam as últimas coisas que seu pai deixaria que ela construísse, então ter de ir a um baile significava ter de usar espartilhos, e para uma pessoa que já sofre dos pulmões, ir a um baile é quase uma penitência.  

Por isso quando Dietrich, o nono duque de Wurttemberg-Winnetal, foi apresentado as formosas filhas de Her Tiessen, Charlotte, a filha mais velha lhe chamou logo a atenção, porém afim de desafiar a mãe, escolhe chamar para a primeira dança a filha que ousou o desafiar permanecendo sentada no momento em que ele foi apresentado. O que ele não esperava era que Emma fosse negar seu pedido sem dó nem piedade. Dietrich imaginou que aquela recusa se desse ao fato da infame fofoca que corria no reino sobre seu acidente militar. Então insistiu, e Emma se viu compelida pela família a aceitar o pedido.

E assim a primeira e única dança de Dietrich foi com Emma, e ficou marcada como o registro de como uma valsa pode se tornar um campo de guerra. Dietrich e Emma passaram a música toda debatendo e se alfinetando. Mas uma coisa milagrosa aconteceu com Dietrich naquele momento. Era verdade que Dietrich voltou para casa com um machucado muito constrangedor, e que o nome dele rolava solto nas rodas de fofoca, e em sua maioria dizendo que ele seria incapaz de levar o nome de seu ducado a gerações futuras. Porém, Emma, de alguma forma, conseguiu remediar parte da situação, o que fez ele sair correndo do salão de bailes, após o término da valsa. 

Mas os planos de Dietrich vão por água abaixo, então ele aproveita a imposição da mãe para cortejar Emma, para na verdade pedir um favor a ela: que o ajudasse a entender o que tinha acontecido naquela noite de diferente que o ajudou a melhorar. Em troca, Dietrich ajudaria Emma a se aproximar de um certo explorador que viajaria para a África em alguns dias, viagem essa da qual Emma estava louca para participar.

O acordo desses dois foi hilário, intenso e muito cativante. Amei demais ler a história deles e conhecer a autora. Li em e-books, mas estou me organizando para comprar os livros físicos na lojinha da autora, afinal quero essas lindezas devidamente marcadas e abrilhantando a minha estante de livros. Espero que vocês tenham gostado da resenha... e até o próximo post!

.

Assistente Social por amor a profissão, descobriu em 2013 uma nova paixão: ser blogueira literária. Desde então vem se apaixonando mais a cada novo livro lido. Descobriu através de Jose de Alencar e só reafirmou ao ler Jane Austen, que Romances de Época são imprescindíveis para a sua vida assim como respirar. Adora intercalar suas leituras com momentos em família, séries de tv, doramas, música, bujo, fotografia, saídas com amigos e seus cachorros lindos. Encontra na literatura uma forma de desbravar o mundo e fazer novos amigos.

Recomendado Para Você

Comentários