Quinta em outra língua #91 - House of Earth and Blood - Sarah J. Maas

Título:
House of Earth and Blood
Autora:
Sarah J. Maas
Editora:
Bloomsbury
Série:
Crescent City
Ano:
2020



Half-Fae, half-human Bryce Quinlan loves her life. Every night is a party and Bryce is going to savour all the pleasures Lunathion – also known as Crescent City – has to offer. But then a brutal murder shakes the very foundations of the city, and brings Bryce's world crashing down.
Two years later, Bryce still haunts the city's most notorious nightclubs – but seeking only oblivion now. Then the murderer attacks again. And when an infamous Fallen angel, Hunt Athalar, is assigned to watch her every footstep, Bryce knows she can't forget any longer.
As Bryce and Hunt fight to unravel the mystery, and their own dark pasts, the threads they tug ripple through the underbelly of the city, across warring continents, and down to the deepest levels of Hel, where things that have been sleeping for millennia are beginning to stir ...
With unforgettable characters and page-turning suspense, this richly inventive new fantasy series by #1 New York Timesbestselling author Sarah J. Maas delves into the heartache of loss, the price of freedom – and the power of love.


Resenha por Julia Vianna


Quando leio algum livro da Sarah J Maas eu espero algumas coisas. Eu espero que eles me divirtam, que sejam meio absurdos, que todos os personagens sejam lindos e que eu possa ler 800 páginas de um livro por puro entretenimento sem levar muito a sério. Ah, e homens com asas.
Então eu estava esperando isso de House of Earth and Blood. E não foi exatamente isso que recebi. 

Para começar, vou chamar o livro de Crescent City (que é o nome da série) porque "House of Earth and Blood" é um título genérico de qualquer livro de fantasia e o primeiro é muito mais interessante. E eu realmente acho que essa história merece o título mais interessante.

Foto: Julia Vianna
Crescent City é uma fantasia adulta que conta a história de Bryce Quinlan, uma mulher meio fae meio humana que sofreu uma perda muito dolorosa e agora, dois anos depois, precisa se aliar a um anjo caído para resolver o crime que levou embora as pessoas que mais amava.

Fiquei agradavelmente surpresa com o quanto eu gostei desse livro. Ele não foi o que eu esperava, foi bem melhor! Ainda foi divertido, ainda teve a maior quantidade de gente bonita por metro quadrado, ainda me entreteve e ainda foi um pouco absurdo. E como ficou óbvio pelo anjo caído ali em cima, sim, tivemos homens com asas. O que eu não esperava era ter realmente ter ficado engajada na leitura e conectada aos personagens, ter de fato gostado da atmosfera e me importado com o enredo e o caminho para onde ele seguia.

Obviamente tem coisas que podiam ser melhores. O início do livro pode ser um pouco confuso porque tem muita informação sobre o universo e sua história e funcionamento jogados em cima da gente sem muita explicação. Eu posso brincar sobre esperar que todo mundo seja lindo nos livros da autora, mas às vezes isso pode cansar, sim, porque todo mundo é perfeito e incrível, provavelmente o melhor da sua espécie/área de atuação. Também senti que alguns dos personagens lembram um pouco outros personagens de ACOTAR e TOG. E o livro abre muitas brechas para possíveis tramas futuras e acaba não desenvolvendo muitas delas, o que não seria exatamente um problema porque primeiros livros de série podem acabar sendo mais introdutórios e é isso que Crescent City é. Exceto que tem 800 páginas.

E mesmo com todas essas críticas, esse livro consegue prender do início ao fim. Eu o li em quatro dias e poderia ter lido facilmente em um, se descobrisse uma maneira de fazer meu corpo parar de precisar de sono, comida e pausas para o banheiro. 

Crescent City tem protagonistas completos, cheios de falhas e de pequenas coisas que os fazem reais. Eu me senti próxima a eles, me importei com o que acontecia em suas vidas, fiquei feliz e chorei por eles. Além disso, a introdução a esse universo é interessante e me fez querer ler mais sobre ele: o sistema com suas hierarquias e costumes, os conflitos, mitos e histórias, e sim, a cidade em que tudo se passa, que é praticamente um personagem por si só. 

Acredito que a Sarah J Maas escutou as críticas dos seus leitores de livros anteriores e tentou incorporá-las neste livro. Sim, ainda temos a maldição da pele dourada, porém não é mais a única cor de pele existente. Fiquei muito feliz de ver vários personagens não brancos na história, incluindo o protagonista. A questão da diversidade sexual também parece ter sido abordada de maneira mais natural. Além disso, as cenas de batalha que nos foram roubadas na primeira trilogia de ACOTAR nos foram devolvidas neste livro, cujo final me deixou presa às páginas até as três da manhã.

Apesar de não ser sempre o foco, o romance foi gostoso de ver acontecer, embora tenha sido eclipsado pelo outro tipo de amor abordado no livro. A amizade – o que talvez tenha sido o que mais gostei em toda a história. 

Por fim, é importante lembrar que este é um livro com conteúdo adulto e que em breve será lançado no Brasil pela Galera Record,

Espero que tenham gostado da indicação!


Assistente social apaixonada por livros. Militante da transformação social através da literatura.

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