Eu Li: A dama mais apaixonada - Julia Quinn, Eloisa James e Connie Brockway

Entre no mundo cintilante do período da Regência e prepare-se para ter seus corações aquecidos por Julia Quinn, Eloisa James e Connie Brockway... Durante sua peregrinação anual de Natal à Escócia, para visitar seu tio idoso em seu decrépito castelo, o Conde de Rocheforte e seu primo, Conde de Oakley, recebem presentes únicos: seu tio invadiu a festa de Natal de um lorde inglês - Lorde Bretton - e sequestrou quatro adoráveis mulheres para seus herdeiros escolherem... O castelo fica isolado devido à nevasca e as horas se tornam dias, as intenções mais honrosas revelam tentações tão surpreendentes quanto irresistíveis.

Amados leitores, como estamos na medida do possível? Esperamos que todos estejam bem e na luta, sempre!

Para a resenha de hoje pergunto a vocês: todo mundo tem aquela tia ou parente que nas festas da família sempre pergunta pelos namoradinhos (as)? Ou que sempre está tentando juntar você com alguém? Pois é, o livro de hoje é recheado de tretas justamente por causa de um tio que cansou de esperar os sobrinhos tomarem uma atitude! Fica aqui o meu alerta para vocês que passam o mesmo que eu com os tios e tias!

Nossa história começa em um castelo caindo aos pedaços em Kilkarnity na Escócia em dezembro de 1819. Na verdade, começa um pouco antes quando Taran Ferguson, atual senhor do castelo Finovair se junta com alguns camaradas para bolar o plano perfeito, digno das maquinações do cebolinha, para conseguir ter vida novamente ao castelo. Mas para isso ele e seus amigos acreditam que os dois sobrinhos dele têm, que ter uma participação primordial. Então Taran combina tudo direitinho com os amigos... e acabam por sequestrar três das donzelas mais desejadas e ricas da região.

Acontece que Taran não é bem conhecido entre todos como um homem de muita genialidade, então o plano dá todo errado. Ele acaba por sequestrar três donzelas ricas e belas, e mais uma bela donzela falida. E de quebra ainda teve que roubar carruagem de um grande e influente nobre inglês, o belo  e letal Duque de Bretton, que passou a residir nas terras altas. E levou a todos para o castelo Finovair, onde seus dois sobrinhos esperavam inocentemente pelo retorno do tio que tinha convidado os dois a passar um tempo com ele na Escócia.

O destino tem um humor bem delirante pois assim que eles todos estavam reunidos no castelo para tentar entender o que o velho Taran estava aprontando, uma tempestade de neve cercou o castelo e encarcerou a todos lá dentro. O endiabrado anfitrião não planejou tudo devidamente então os 'hospedes' tiveram de sair à caça dos quartos, e aturar mais um pouco do gênio tempestivo de Taran. Nem preciso dizer que os sobrinhos dele ficaram incrivelmente chateados com os planos devassos do tio, afinal de contas quem quer ser obrigado a casar por conta de um escândalo seu com uma estranha escolhida pelo tio louco? Este foi o enredo comum das histórias, mas lembre-se que a proposta deste livro é ter uma história escrita por três autoras. Então o livro é divido em seis partes: Prólogo (que eu resumi acima), Capitulo Um, Dois a oito, nove a dezessete, dezoito a vinte oito e epílogo.

E você pode me perguntar a vontade: Mas Anne, como funciona a história nessa divisão? Digamos que cada parte (com exceção do prólogo e epílogo) começa a te encaminhar para desvendar quem vai interagir com quem. E no rodapé de cada uma dessas partes diz qual o nome da autora responsável por aquela parte da história. O que me ganhou muito como leitora pois não gosto muito de livros colaborativos onde não consigo ver onde cada autor entra para contribuir ou enriquecer a trama. Esse livro além de te permitir isso, ainda te apresenta ao novo estilo de contar histórias da Connie Brockway que é maravilhosa e fã de Austen pelo que tudo indica. 

O livro tem uma abordagem tão diferenciada que é muito difícil de resenhar pois tudo vira spoiler. Basicamente sabemos que casais vão ser formados, mas estraga um pouco a leitura eu te contar quem são eles, então vou me ater um pouco em te apresentar eles levemente, aí com o decorrer da leitura desta resenha você já pode ir pensando um pouco em que combinações gostaria de ver na história. Mas já te adianto que elas são pouco ortodoxas e hilárias, além de muito cativantes. Vamos aos convidados do castelo?

Taran Ferguson: Posso até ter descrito inicialmente ele como um velho casamenteiro meio louco. Mas me surpreendi muito no decorrer da história em passar a pensar nele como um Suggar Daddy. Ele é bem maluquinho? E muito!

Mas achei muito legal como as autoras trataram ele com carinho do desenvolver da história. E ele passou de vilão sequestrador para o tio que só estava pensando no bem estar da família. E queria que os sobrinhos estivessem seguros e amados em famílias de verdade e não trancassem seus corações contra as possibilidades só porque eles mesmos foram criados em famílias não tão amorosas.

Catriona Burns: Sua inteligência e sagacidade fez com que ela conseguisse se defender sempre de forma racional e civilizada. Mas ela anda tendo problemas na administração das terras de sua família, e a última coisa que ela queria era ser sequestrada por um louco e ainda ser tratada como a moça menos desejada e casável.

Byron Wotton: sempre tratado como paria pelos Escoceses pois sua mãe resolveu se casar com um inglês e como mestiço pelos próprios ingleses, Byron ou Lorde Oakley tentava não permitir que as pessoas tivessem esse poder sobre ele. Sempre sério e buscando a racionalidade, não entendia por que o velho tio insistia tanto em um casamento agora. Como um dos sobrinhos de Taran ele também poderia herdar o castelo pois o tio não tivera filhos. Mas a ideia de herdar um castelo caindo aos pedações não lhe apetecia, afinal nem ele mesmo tinha achado um local que ele se sentisse pertencente. Sem tirar que ele está se recuperando de uma traição.

Cecilia Maycott: A flor da sociedade, o creme do creme, linda, educada, refinada, inteligente, bem-criada, só tem uma coisa que irrita sobre ela na opinião dos escoceses: Ela é filha de um Inglês. Mas na atual conjuntura ela acabou sendo sequestrada junto com as demais Ladys escocesas. Apesar de tudo, a família dela sempre quis que ela se casasse por amor, mas conhecer pessoas de verdade carregando um rótulo de flor pura e inocente meio que impossibilitava isso. Então viu na situação como um todo a possibilidade de se aventurar e se desfazer de vez do rotulo que agregaram a ela. 

John Shevington: Como atual duque de Bretton ele era detentor de um vasto patrimônio, e por motivo que todos desconheciam resolveu firmar raízes na Escócia em meio a hostis vizinhos. Um excelente estrategista que se viu invadindo o plano do velho Taran pois o Escocês achou de querer executar seus planos usando a carruagem do Duque, quando este estava dormindo nela.

Fiona Chisholm: Com um passado obscuro sobre o paradeiro de seu antigo noivo, Fiona se vê finalmente livre das intemperanças da família sobre seu matrimonio com alguém. Agora eles somente focam em sua bela Irmã como a possível, salvadora da pátria para arranjar um casamento excelente. Mas como diz o ditado: " Há males que vem para o bem" e com a mancha sobre seu nome, Fiona enfim conseguiu controle sobre sua vida nesse aspecto matrimonial.

Robert Parles: O jovem é detentor do título falido de seus pais, Lorde Rocheforte. E como Frances se vê nas terras altas ou onde chega como um invasor ou intruso. Alguém que não tem como oferecer nada a ninguém pois não tem nada. E por isso tira tudo por menos com comentários engraçados e um forte muro o protegendo de tudo. O lema é não se apegar!

Marilia Chisholm: Sabe aqueles personagens que os autores sabem que a gente vai ´pegar ranço" e eles estão lá justamente por isso? A desta história é a Marilia. Mana, ela parece uma metralhadora! Ela atira para todos os lados, o importante é acertar alguém e voltar casada para casa. Teve horas que até eu fiquei constrangida com o comportamento descarado dela... gezuis!

Estes são os protagonistas de nossa história, agora cabe a você ler o livro e se divertir descobrindo quem ficou com quem! Assim como o primeiro livro da série eu amei este... mas meu caro leitor, não se preocupe em não ter lido o primeiro. A forma de construção da história é similar, assim como as autoras, mas elas não se interligam. Então pode escolher o livro que achar melhor e se esbaldar na leitura... e dar frouxos de riso.

Espero que tenham gostado da resenha e fica a dica!