Eu Li: Como encantar um canalha - Suzanne Enoch

Título:
Como encantar um canalha
Autora:
Suzanne Enoch
Editora:
Harlequin
Ano:
2019
Série:
Lições do amor #2

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Evelyn, uma jovem obstinada, promete se vingar de um dos canalhas mais infames de Londres. Mas, quando o cafajeste vira o jogo, quem vai realmente aprender uma lição sobre do que o amor é capaz?

Nas ruas, ele é chamado ironicamente de “Santo”, mas o marquês de St. Aubyn merece sua reputação como o maior canalha de Londres. Evie sabe que deve evitá-lo, mas ela quer ajudar as crianças do orfanato, e ele preside o conselho dos administradores. Quando Santo nega seu pedido para ser voluntária no Coração da Esperança, ela decide que o homem precisa aprender uma lição. Ela só precisa descobrir como resistir aos encantos daquele mulherengo.
Para Santo, a ideia de ceder a uma mulher como Evie é impensável. Ele não quer se tornar outro projeto de caridade em suas mãos, mas a moça se recusa a desistir. Que outra opção ele tem a não ser seduzir a dama? Porém, ele não esperava ser seduzido pelo doce coração da mulher. A tentação de passar longas noites nos braços dela poderia provocar o impossível? Será que o mais conhecido cafajeste de Londres poderia mudar?

Olá, meus amados leitores!
Seguimos fortes nessa quarentena?

Em um dos encontros do clube do livro, PA Book Club, um dos nossos amigos participantes colocou que a leitura estava ajudando a aguentar o isolamento prolongado. Apesar da correria de trabalhar na área da saúde nesses tempos de pandemia, esse depoimento me fez pensar com mais carinho e resgatar força e ânimo para continuar indicando livros divertidos que possam estar ajudando outros tantos amigos leitores do blog. Então, vamos a mais um romance de época espevitado, dinâmico e instigante para ajudar a passar o tempo? Vamos lá!

Tudo corria bem na sociedade londrina do século XIX, a cidade cada dia mais cinza, as ruas cada vez mais cheias, a temporada de caça ao casamento perfeito estavam iniciando mais uma vez... e como se diz: a vida seguia seu curso naturalmente. O que ninguém poderia prever é que em uma sala de chá muito distinta, de uma das famílias mais nobres e influentes, estaria acontecendo um complô. Três das damas mais cobiçadas da temporada estavam debatendo o quão os homens eram impossíveis por não aceitarem que mulheres também eram detentoras de pensamentos próprios e poderiam querer bem mais de seus futuros do que só um casamento arranjado.

E assim a conversa corria solta entre Lucinda Barret, Lady Georgiana Halley e Evelyn Ruddick. E durante esta mesma tarde elas fizeram um trato. Cada uma escolheria um canalha atual e lhe faria aprender o que seria esperado de um homem de verdade para que este se tornasse apto a um casamento por igual. Seriam transformados em maridos ideais. Georgiana já havia conseguido dar jeito no Visconde Dare e o projeto piloto foi tão bem-sucedido que ela casou e se tornou Lady Dare e,ele um parceiro ideal. 

Cada uma das damas, durante esse chá, gerou uma lista de regras que um homem deveria seguir, e a da Evelyn ficou assim:

  1. Nunca interrompa uma dama quando ela estiver falando com você, como se o que você tivesse a dizer fosse mais importante;
  2.  Se você pedir uma opinião, espere receber uma, e não faça piada;
  3. Um comportamento digno de um cavalheiro não se resume a abrir portas; para impressionar uma dama, você precisa se preocupar com as necessidades dela pelo menos tanto quanto se preocupa com as suas;
  4. Quando uma dama decide se dedicar a uma ação ou a uma causa, não presuma que é apenas um "passatempo".

Um ano se passou desde esse encontro maravilhoso entre amigas tão únicas e a vida de Evelyn Ruddick parece ter saído de seu controle. O seu irmão mais velho está insano desde que colocou na cabeça que precisa de um cargo com mais poder na câmara dos lordes, e para isso tem usado Evelyn de fantoche em suas articulações tendo em vista que ele ainda não é casado. Ele vivia tentando ditar como ela deveria se vestir, com quem poderia conversar ou não e até quando poderia sorrir. Nem preciso dizer que isso estava a levando loucura, mas infelizmente ela não encontrava na mãe o porto seguro, ao contrário, a matriarca da família estava firme ao lado do irmão.

E como tudo possui um limite, gosto de acreditar que o limite dela começou a dar sinais de vida quando o irmão começou a implicar com a sua amizade com Lucinda Barrett, só porque o pai desta não possuía voto na câmara. Então sua mãe e irmão começaram a dizer que ela estava tentando se rebelar da honra da família, o que considerei uma argumentação meio rasa, mas nem preciso dizer que isso doía muito nela.

Certo dia, quando estava indo para a casa de sua amada tia, Evelyn passou em frente a um orfanato muito maltratado e algo dentro dela se aqueceu e se partiu um pouco, então resolveu tomar coragem, até certo ponto, e decidiu fazer uma primeira visita para ver se conseguia torna-se voluntaria de alguma forma para ajudar a tornar o orfanado mais acolhedor às crianças. Na vez seguinte em que foi visitar sua tia, tomou coragem e fez o cocheiro parar em frente ao orfanato e como já estava planejando fazer isso, levou consigo uma cesta cheia de doces para deixar as crianças.

O que surpreendeu de fato não foi as crianças parecerem tão malcuidadas, mas como a governanta do orfanato foi rude, praticamente colocando Evelyn para correr dali com receio das crianças se apegarem a ela. O que conseguiu entender foi que muitas pessoas já passaram ali prometendo fazer inúmeras coisas, mas quando a euforia passa elas vão deixando de lado e as crianças acabam sofrendo pelo abandono novamente, repetidas vezes. Ainda assim a governanta deixou nela uma impressão horrenda e se viu obrigada a procurar o conselho gestor para conseguir autorização para doar e fazer as mudanças que achava pertinentes para o melhor acolhimento das crianças, independente da opinião da governanta ranzinza, pois não era como as outras Ladys.

Como a vontade pode mover montanhas, Evelyn descobre quando será a reunião do conselho e se organiza para participar. Acaba se deparando com vários lordes que conhecem sua família e que a tratam com respeito e cordialidade. Porém, o presidente do conselho e proprietário do prédio onde funciona o orfanato, acaba se revelando um dos canalhas mais notórios do momento, ninguém menos que o Marques de St. Aubyn, também conhecido como Santo. Este canalha conseguiu sozinho vetar tudo que ela queria fazer em um piscar de olhos.

Evelyn consegue pelo cansaço ganhar aos poucos o direito de entrar no orfanato e interagir com as crianças. Obviamente tudo isso escondido do irmão dela e com a condição de que só fosse ao orfanato quando Santo estivesse lá. Com o passar do tempo, e juntando o comportamento cínico de Santo, eis que ele acaba se tornando o seu alvo para colocar em prática o trato que fez com as amigas há um ano atrás. Afinal de contas, se tornou irresistível dar uma lição naquele homem que insistia em seduzi-la na tentativa de afastá-la do prédio para que então colocasse em prática seu plano de derrubar o local e mandar as crianças para outros lares.

Evelyn vira o jogo e começa a tentar encantar Santo para que se apaixone por ela. E nada poderia ter assustado mais Santo, que de uma hora para outra se viu na inversão do papel de caçador para presa. Não que ela precisasse saber disso! Mas como homem genioso, e por mais que estivesse perdendo para os encantos de Evelyn, aquele prédio tinha um pedaço sombrio do passado dele, e o que mais queria era derrubar tudo para então deixar o passado para trás. Vendo que seu plano esta perdendo força, Evelyn se encontra em um cabo de guerra pela atenção dele... quando então surge a oportunidade perfeita dele se apaixonar por ela: fazendo com que Santo ficasse preso em uma das celas ocultas do orfanato, com a ajuda das crianças, e se tornando refém dela.

Nem preciso dizer que com esse momento em que vivem em suspensão na cela eles conseguem, após ele tentar convencer a todo custo para solta-lo, um tempo muito oportuno para se conhecerem melhor fazendo que tanto Santo quanto Evelyn mostrem quais realmente são suas fragilidades, não todas, mas algumas. Iniciando assim um romance as avessas.

Nessa história não consegui decidi quem me cativou mais: Se Santo por seus flertes ardentes e inteligência aguçada, ou se Evelyn por conseguir concretizar seus planos com uma vontade e sede de viver descomunal, conseguindo até deixar de ser refém de seu amor e honra. Pelo que já percebi dos livros da Suzanne Enoch ela gosta de diálogos rápidos, afiados e cínicos que roubam muito a cena. Ela também tem por hábito a construção de personagens femininas que conseguem romper barreiras ditatoriais e se libertarem das amarras com classe. Mesmo estas sendo tão jovens e sem tanta vivência de mundo, tudo graças a personalidades e inteligências únicas e esplendidas.

Neste segundo livro percebo que o protagonista masculino também tem sobre a cabeça a coroa de que é um canalha dos piores, o que no fim das contas acaba sendo só fama, e não de todo verdade. Adorei o primeiro livro, e o segundo não deixou margem para dúvidas de que a autora sabe como ganhar o amor de seus fãs. Estou muito ansiosa para ler o terceiro livro... será que vou me manter cativada? Teremos de aguardar a resenha deste para saber mas me aguardem que em breve pretendo postar esta resenha por aqui.

Espero que tenham gostado da indicação e fica a dica!
Até o próximo post!


Assistente Social por amor a profissão, descobriu em 2013 uma nova paixão: ser blogueira literária. Desde então vem se apaixonando mais a cada novo livro lido. Descobriu através de Jose de Alencar e só reafirmou ao ler Jane Austen, que Romances de Época são imprescindíveis para a sua vida assim como respirar. Adora intercalar suas leituras com momentos em família, séries de tv, doramas, música, bujo, fotografia, saídas com amigos e seus cachorros lindos. Encontra na literatura uma forma de desbravar o mundo e fazer novos amigos.

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