Na Tela #23 - Dumplin' - Julie Murphy


Título:
Dumplin'
Autora:
Julie Murphy
Editora:
Valentina

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Especialmente para os fãs de John Green e Rainbow Rowell, apresentamos uma destemida heroína e sua inesquecível história sobre empoderamento feminino, bullying, relação mãe e filha, e a busca da autoaceitação. Sob um céu estrelado e ao som de Dolly Parton, questões como o primeiro beijo, a melhor amiga, a perda de alguém que amamos demais e “estou acima do peso e ninguém tem nada com isso” fazem de Dumplin’ um sucesso que mexerá com o seu coração. Para sempre. Gorda assumida, Willowdean Dickson (apelidada de Dumplin’ pela mãe, uma ex-miss) convive bem com o próprio corpo. Na companhia da melhor amiga, Ellen, uma beldade tipicamente americana, as coisas sempre deram certo... até Will arrumar um emprego numa lanchonete de fast-food. Lá, ela conhece Bo, o Garoto da Escola Particular... e ele é tudo de bom. Will não fica surpresa quando se sente atraída por Bo. Mas leva um tremendo susto quando descobre que a atração é recíproca. Ao contrário do que se imaginava – a relação com Bo aumentaria ainda mais a sua autoestima –, Will começa a duvidar de si mesma e temer a reação dos colegas da escola. É então que decide recuperar a autoconfiança fazendo a coisa mais surreal que consegue imaginar: inscreve-se no Concurso Miss Jovem Flor do Texas – junto com três amigas totalmente fora do padrão –, para mostrar ao mundo que merece pisar naquele palco tanto quanto qualquer magricela.


Vocês também são altamente influenciados a ler livros para poder assistir as adaptações sem culpa ou sou apenas eu? 

Dia 08 de fevereiro estreou na Netflix o filme baseado na obra da autora Julie Murphy, que no Brasil é publicado pela Editora Valentina. A leitura já era uma meta antiga, pois sempre ouvi falar muito bem, no entanto, apenas quando senti o hype nas redes sociais foi que corri para conhecer a história. E que oportunidade maravilhosa! 
"Dumplin'" trata sobre temáticas como descobertas, auto-aceitação e laços afetivos. Desde já antecipo que adorei. 
Farei considerações a respeito das duas formas de arte - literatura e filme - sobre a obra e convido a vocês a virem comigo! 


O livro 

Primeiro de tudo, a leitura é muito gostosa e entendi perfeitamente a chamada da sinopse para fãs de Rainbow Rowell e John Green. De fato, a narrativa tem um quê de atrativa e confortável que dá um tom leve à história, apesar dos eventuais desconfortos de Willowdean Dickson. 
Will é gorda. Ela sabe disso e aceita (quase) muito bem o fato. No entanto, ela possui aquela crítica meio dura consigo mesma e com o mundo ao redor. 
A cidade onde vive é interiorana e tem pouquíssimas atrações e uma das mais importantes é um concurso de beleza chamado Miss Jovem Flor do Texas. A mãe de Will é diretora do evento e uma especie de subcelebridade, pois foi uma das vencedoras há alguns anos; E mesmo depois de tanto tempo a gata ainda cabe no mesmo vestido! 

O fato de sua mãe ser reconhecida como um padrão de beleza a ser seguido na cidade faz de Will um alvo pois, para ela, ser gorda faz que seu padrão estético esteja longe de ser o considerado agradável, assim como foi a sua tia Lucy. A sua melhor amiga se enquadra perfeitamente nesses padrões mas por serem amigas de infância, Hellen e Will conseguem superar essas questões. Principalmente levando em consideração que as duas compartilham um amor em comum: a cantora Dolly Parton. 
A vida de Will seguia um ritmo bom até que um garoto muito bonito - e padrãozinho - se mostra muito interessado nela. Bo é um rapaz calado que estudava em uma escola particular e que agora vai mudar para a escola pública que Will frequenta. Eles também trabalham juntos no Happy's, uma lanchonete. 

Willowdean se sente insegura, desconfortável e cética com relação a Bo, afinal, se ele pode namorar aquelas meninas magrelas da escola por que se interessaria logo nela?
Esse questionamento é cruel em vários sentidos. Will tem uma personalidade linda, é uma boa amiga, inteligente e sagaz. Por que Bo não se interessaria por ela?! Por que a sua aparência precisa ser o principal fator no quesito relacionamento? 

Lindinhos 

A narrativa do livro é em primeira pessoa, portanto, temos uma percepção muito clara de Willowdean e de suas dúvidas e aflições. Em certos momentos ela acredita não ser digna de namorar um rapaz bonito pois o que as pessoas falariam, não é mesmo? 
Eu já passei da fase da adolescência há um tempinho mas lembro bem como eles podem ser cruéis. Na história de "Dumplin'" temos essas personificações em certos personagens e é triste e infelizmente verdadeiro. 
Will quer se protege ao mesmo tempo em que se nega oportunidades por conta exclusivamente de sua aparência. 

No entanto, em um impulso de desafio à sua mãe e homenagem à sua tia Lucy, Will decide se inscrever no concurso. Nessa atitude, ela acaba estimulando outras garotas que se sentem rejeitadas por não se enquadrarem nos padrões considerados aceitáveis. São garotas incríveis e lindas que virarão a cidade do avesso com seus corpos e jeitos diferentes e esse será apenas o começo dessa nova trajetória em suas vidas. 

O filme

O filme tem muito da essência do livro porém possui algumas diferenças consideráveis. No livro, por ser em primeira pessoa do singular, temos muitos dos pensamentos de Will com relação a se apaixonar. Inclusive, na obra literária ela se envolve com outro garoto (também adorável) e as dúvidas são intensas com relação a esses laços que ainda são frágeis. 
Na adaptação, os produtores escolheram focar no relacionamento de Will com a mãe e nos conflitos provenientes da diferença de percepção com relação aos padrões de beleza. 
E foi muito forte! Temos uma perspectiva clara de que há um embate com essa mãe no livro mas, como supracitado, percebi o foco mais nas questões de paixão. No filme, esse problema familiar é o foco, portanto, ao final, temos uma mesma obra abordando questões muito relevantes de diferentes formas. 

Sem falar que alguns personagens importantes do livro foram cortados do filme, o que resumiu o arco com as amigas do desafio e o próprio arco romântico de Will. 
Um ponto que considerei muito positivo para a adaptação foi o destaque dado do desafio do desfile. São cenas bonitas, coloridas, engraçadas e emocionantes. Apesar de ter sido taxado como filme adolescente por algumas críticas que li (como se isso fosse algo negativo e clichê PORÉM NÃO É), acredito que Dumplin', tanto o filme como o livro, merecem ser consumidos apenas pelo fato de despertar uma reflexão importante no telespectador/leitor. 

Confiram o trailer: 




O filme foi lançado oficialmente em dezembro de 2017 mas chegou ao Brasil apenas em fevereiro de 2018. A direção é de Anne Fletcher, já conhecida por trabalhos como A Proposta (adoro esse filme!) Vestida para Casar (idem!). A nossa protagonista Willowdean Dickson é interpretada por Danielle MacDonald. Lembro dessa atriz da adaptação de "Caixa de pássaros". 
A mãe de Will, Rosie, é interpretada por Jennifer Aniston e preciso fazer uma menção honrosa à Maddie Baillio que é uma das mulheres mais bonitas desse filme. Ela dá vida à Millie, uma das amigas de Will que também é gorda e que sonha em participar do concurso desde a infância. A gata é uma miss perfeita e linda, É-GU-A! 

Millie rainha 

Amigas e amigos, espero ter colaborado com difusão dessa história para o mundo. Eu gostei demais e espero que vocês também tenham acesso e apreciem e reflitam com nossa querida "Dumplin'". 
PS: Acho que não comentei em nenhuma parte do post mas "Dumplin" é um apelido que a mãe de Will dá à ela. No filme é traduzido como "fofinha" mas no livro ela indica que é uma especie de doce, talvez? 
Eu gosto de identificar onde o título do livro se enquadra na história e nesse caso o título é a personagem, o que é muito propício, na minha opinião. 
É isso. 
Até mais! 

Assistente social apaixonada por livros. Militante da transformação social através da literatura.

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