Eu Li: Vacas - Dawn O'Porter

Título:
Vacas
Autora:
Dawn O'Porter
Editora:
HaperCollins Brasil
Ano:
2017


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Um pedaço de carne; feito para reproduzir; além da sua data de vencimento; parte do rebanho.
Mulheres não têm que se encaixar em estereótipos.
Tara, Cam e Stella são estranhas vivendo suas próprias vidas da melhor forma que podem, apesar de poder ser difícil gostar do que você vê no espelho quando a sociedade grita que você devia viver de um jeito específico.
Quando um evento extraordinário cria laços invisíveis de amizade entre elas, a catástrofe de uma mulher vira a inspiração de outra, e uma lição para todas.
Às vezes não tem problema não seguir o rebanho.
Vacas é um livro poderoso sobre três mulheres julgando uma à outra, mas também a si mesmas. Entre todo o barulho da vida moderna, elas precisam encontrar suas próprias vozes.

“Vacas – Nem toda mulher quer ser uma princesa” foi publicado pela Happer Collins no final do ano passado e chegou em minhas mãos perto do natal. E que presentão, hein! O livro vai tratar basicamente sobre feminismo na figura de três personagens extremamente diferentes e como cada uma reage e interage com suas particularidades e como o feminismo é capaz de alcançar a todas.

As mulheres em questão são Tara, Stella e Cam. Elas vivem na mesma cidade e não se conhecem pessoalmente e cada uma tem uma trajetória singular.

Tara é produtora de TV que precisa lidar com o machismo de seus colegas de trabalho rotineiramente. Ela tem uma filha pequena que cria sozinha – por sua escolha – e vê sua vida dá um nó quando um vídeo intimo seu é viralizado na internet. Em sua parte da história podemos visualizar a força de destruição que a internet pode ter na vida de uma pessoa. E existem vários casos reais que comprovam esse fato.
Stella é uma jovem mulher que perdeu recentemente sua irmã gêmea e agora vive sozinha com um parceiro que aparenta não estar tão afim dela. Passamos alguns capítulos para descobrir um mistério sobre uma doença que assola sua vida e como esse fato vai interferir diretamente em seu emocional e em algumas de suas atitudes.
Cam e uma blogueira feminista muito conhecida e aclamada. Mas claro que como toda boa feminista que se preze, ela sofre alguns ataques na internet mas já aprendeu a lidar com eles. Cam parte do princípio que ser uma mulher independente, sem filhos e sem compromisso sério não faz dela incompleta. Muito pelo contrário. Diferente de sua mãe e suas irmãs que escolheram ter família e filhos, Cam escolheu viver sozinha mas alguns fatos poderão alterar a perspectiva que ela passa para seus leitores.

O mundo dessas três mulheres vão se colidir acidentalmente e cada uma terá uma visão de mundo singular e interessante para nos passar. Eu adorei que a autora não colocou nenhuma delas como heroínas fodasticas que estão sempre com a razão. Elas são falhas, choram e sentem medo; ou seja, gente como a gente.

O livro traz diversas discussões muito relevantes sobre como a mulher é vista na sociedade, seja qual for o papel que dela desempenha. Ou melhor, seja qual for o papel que nos é empregado pela sociedade para desempenharmos. Também traz perspectivas muito realistas de como somos eventualmente falhas como movimento. Como ainda julgamos quem não concorda conosco, ou como é fácil levar em consideração apenas o nosso umbigo enquanto desmerecemos méritos de outras mulheres pois consideramos inferiores aos nossos. O texto me fez refletir várias situações que vou procurar aperfeiçoar no decorrer da minha vida.

As histórias dessas três mulheres fictícias é a história de muitas mulheres reais pelo mundo. O enredo ainda garante um humor inteligente, junto a um drama emocionante. Algumas coisas totalmente inesperadas acontecem, o que me fez pensar que parece a vida mesmo.

Com relação à edição da Harper Collins, não achei a capa muito atrativa, mesmo que o titulo “VACAS” em caixa alta. Também encontrei diversos errinhos de revisão, mas não prejudicaram minha experiência com a leitura. Muito pelo contrario, espero que seja um livro chegue ao acesso dos interessados pela temática do feminismo e que gostem de um pouco de drama pelo caminho. 

Leiam!

Assistente social apaixonada por livros. Militante da transformação social através da literatura.

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