Título:BellevilleAutor:Fellipe ColbetEditora:Novo ConceitoOnde Comprar:Submarino| Fnac |SaraivaSe pudesse, Lucius aterrissaria em 1964 para ajudar Anabelle a realizar o grande sonho do seu falecido pai. De quebra, ajudaria a moça a enfrentar alguns problemas muito difíceis, entre eles resistir à violência do seu tio Lino. Claro que conhecer de perto os lindos olhos verdes que ele viu no retrato não seria nenhum sacrifício. Sem conseguir explicar o que está acontecendo, Lucius inicia uma intensa troca de correspondência com a antiga moradora da casa para onde se mudou. Uma relação que começa com desconfiança, passa pelo carinho e evolui para uma irresistível paixão - e para um pedido de socorro.
Olá Bookaholics de plantão! Hoje vou falar um pouco de uma obra literária (física) que me colocou em um paradoxo emocional e literário que, fala sério minha gente, não foi nada fácil!
Primeiramente eu gostaria de perguntar ao Felipe Colbert, por quê? Porque? Por quê? Por que me cativou com enamorar que ultrapassou a sincronia normal do pobre do meu coração, para no clímax da história encher a minha boca de terra, e engolir esse final tão rapidamente? Como a retirada de um band-aid, rápida para evitar a dor? C-O-M-O?
Calma gente que esta não vai ser uma resenha trauma ou uma resenha desaforada. Já me explico!
Já conheço (literalmente, tive a oportunidade de o conhecer há dois anos atrás) o autor Felipe Colbert e seu trabalho há alguns anos. Ele é o coautor do livro ´´A última nota`` junto com a fofa da Lú Piras. E nossa chefinha (vulgo: Bianne), sabendo disso me presenteou com a incumbência de ler seu novo livro, Belleville!
A sensação que tive fazendo a leitura desse livro de Colbert foi a de que ele escreveu um livro para nos mostrar como o destino pode (e por certo faz!) de forma assustadora, surpreendente e irrevogável, e ainda tem a necessidade de colocar certas pessoas em reta de colisão com a nossa vida, provocar uma química fenomenal, que supera variáveis físicas como tempo e espaço. E variáveis cotidianas de nossa época como a internet.
É, o livro desse romântico à moda antiga nos faz ficar leves como uma pluma, e poéticos como Lispector, a ponto de fazer essa que vos fala (escreve) começar com carinho e cuidado tear as próximas palavras, sobre o livro.
Para você que gosta de livros que desenvolvam uma experiência pouco muito lógica e pouco comprovada, como a viagem no tempo, adicione a isso um universitário (calouro) do curso de matemática, uma bela desconhecida que viveu há 50 anos, e a descoberta de uma caixinha de madeira fisicamente inapta.
E para deixar você completamente desarmada, como fundo desse drama, coloque a cidade de Campos do Jordão em sua plena gloria e história. Aí então, você vai ter um vislumbre de pelo menos 25% da história do livro.
Para você que se debulhou em lágrimas com o filme ´´A casa do lago``, e mesmo para você que nem saiba quem é Sandra Bullock (a mocinha do filme ^^ acima citado) lhes convido para curtirem a dramática, intensa e romântica historia de Belleville.
O que vou escrever a seguir não é spoiler, tá na capa do livro. Você gosta de montanhas russas? Bem, eu particularmente não. E jamais poderia imaginar que um ´´brinquedo`` tão assustador, pudesse ser o estopim para uma história tão dramática, mas aconteceu.
O livro conta duas histórias distintas de duas pessoas sem muitas esperanças sobre o amanhã, a história de Anabelle que é uma garota que acabou de completar 18 anos, e do Lucius um jovem calouro que acabou de se mudar para a cidade para cursar Matemática (arg...TT.TT). Detalhe pouco importante na história parece ser apenas o fato de ela viver no ano de 1964 e ele em 2014. Bufff...detalhes?!
Tudo começa quando Lucius acha o projeto de construir a montanha russa, chamada de Belleville por causa de uma famosa montanha russa com o mesmo nome na Europa. Os projetos caseiros para esse brinquedo foram desenvolvidos pelo pai de Anabelle. E entre os pilares o jovem matemático acha a caixa que vai fazer a ponte entre os dois jovens.
Um dos pontos fortes (pois eu achei 3) do livro foi primeiramente que o autor consegue fazer a devida distinção entre os dois, os capítulos de Lucius, são todos cheios de termos e vivências nossas (atuais, cotidianas e corriqueiras). Já os de Anabelle, a escrita muda drasticamente, palavras mais rebuscadas e vivências também, como o fato de Anabelle sair a rua somente se estiver usando um lenço no pescoço que possa esconder o seu ´´colo``, por ser um ato decente. São capítulos bem diferentes em contexto e palavras.
O segundo ponto forte em minha opinião, é que as cartas que eles trocam sempre são quilométricas. Colocadas na integra e o autor e a editora tiveram o cuidado e o carinho de colocar fontes diferentes, as cartas de Lucios tem a caligrafia mas masculina, e as de Anabelle são com uma fonte mas trabalhada.
E o terceiro (mas não menos importante) ponto que me chamou a atenção, e que foi totalmente inesperado, é que o livro, apesar da capa doce, e meiga, é MUITO cheio de drama. O romance é meio que implícito. Ou seja aquelas pessoas que começam o livro esperando um romance de se afogar em lágrimas, espere deitado porque não é o que você encontrar em Belleville.
Mas nem tudo são flores, então, particularmente achei o final do livro muito prematuro. Não conseguia largar o livro pelo entusiasmo dos acontecimentos finais, e ai ...ai...você vai ter que ler o livro para saber...kkkkk...mas eu esperava mais. Posso dizer que o Lucius encerra o livro atando todos os nós do capitulo anterior, mas ainda assim...não foi bastante!
Mas me surpreendi com o livro. E isso é uma coisa difícil, e maravilhosa.
Fica a dica.