Eu Li: Apenas um Dia - Gayle Forman


Título:
Apenas um Dia
Autora:
Gayle Forman
Editora:
Novo Conceito
Onde Comprar:
Submarino | Saraiva | FNAC


A vida de Allyson Healey é exatamente igual a sua mala de viagem: organizada, planejada, sistematizada. Então, no último dia do seu curso de extensão na Europa, depois de três semanas de dedicação integral, ela conhece Willem. De espírito livre, o ator sem destino certo é tudo o que Allyson não é. Willem a convida para adiar seus próximos compromissos e ir com ele para Paris. E Allyson aceita. Essa decisão inesperada a impulsiona para um dia de riscos, de romance, de liberdade, de intimidade: 24 horas que irão transformar a sua vida.
'Apenas um Dia' fala de amor, mágoa, viagem, identidade e sobre os acidentes provocados pelo destino, mostrando que, às vezes, para nos encontrarmos, precisamos nos perder primeiro... Muito do que procuramos está bem mais perto do que pensamos.



Gayle Forman, amigos. Gayle Forman. Decididamente, amo a narrativa dessa autora. Ela nos conta histórias com pontos equilibrados de emoção, apesar de os contextos serem, normalmente, dramáticos. “Apenas um dia” é uma história adorável de intermináveis desencontros.

Adianto que não me senti satisfeita com o desfecho. O livro não acabou de fato. A Editora Novo Conceito já anunciou a continuação, “Apenas um ano” e estou tão ansiosa, TÃO ANSIOSA!

“Apenas um dia” nos apresenta Allyson. Ela é uma menina toda certinha, que tem sua vida meticulosamente controlada por sua mãe e todo o clichê que isso acarreta. Ela está de viagem na Europa em um daqueles intercâmbios de férias e está longe de curtir a viagem como ela deveria ser curtida.

Até que ela é convidada para assistir uma peça de Shakespeare, de uma companhia de teatro que faz o espetáculo na rua. Dentre os atores da peça “Noite de Reis”, está um Sebastian especialmente adorável que parece dar bastante atenção a ela. Poderia ser apenas um flerte temporário, mas Willem a encontra na estação do trem no dia seguinte e a convida para passar um dia em Paris. A partir daí, Allison, ou Lulu (seu alter ego durante essa aventura) vai perceber que um dia pode mudar tudo.
“Nascemos em um dia. Morremos em um dia. Podemos mudar em um dia. E podemos nos apaixonar em um dia. Qualquer coisa pode acontecer em apenas um dia.”


A narrativa é em primeira pessoa e a premissa do livro é interessante se não formos muito exigentes. Afinal, muitas pessoas podem achar de uma bobagem sem limites se entregar completamente em apenas um dia e, praticamente, mudar todo o rumo de sua vida por isso. Sei disso porque sou uma dessas pessoas.

Mas o que a autora aborda é muito mais do que apenas o ato de se apaixonar (ou estar apaixonado) em apenas um dia. Entendam, Allyson era uma menina presa em vários sentidos da palavra. Sua vida era como uma prisão. E aquele dia mudou sua vida porque ela se permitiu fazer algo totalmente diferente do que ela normalmente faria.

Foi um dia de libertação. Foi um dia que ela fingiu ser outra pessoa (Lulu), mas “as pessoas que fingimos ser já estão em nós”. Allyson mergulhou no desconhecido e viu coisas que jamais veria, caso não se aventurasse. No entanto, Willen foi um fator de incentivo, com certeza. E um adorável fator.
“O dia passa à frente dos meus olhos como um flash: desde a voz brincalhona de Willem no café da manhã no primeiro trem até minha alegria diante da estranha recepção a ele no trem seguinte; (...) da eletricidade que senti quando a mão de Willen encontrou a minha; (...) de nosso voo sobre Paris, que senti exatamente assim, como um voo; os olhos dele: a maneira como me observam, brincam, me provocam e, ainda sim, de alguma forma, me compreendem.”

Gayle Forman tem uma narrativa tão gostosa, tão fluída. E como se não bastasse, usa como bases sólidas algumas peças de Shakespeare para dar forma a seu livro. Ela brinca com possíveis significados, adotando um todo especial para fazer sentindo em “Apenas um dia”.
“E se a verdadeira pergunta não se referir a ser, mas a como ser.”
“Apenas um dia” é livro inteligente que contém tantas mensagens significativas nas entrelinhas! Não há só um romance delicioso, não há apenas personagens adoráveis (Willen e Dee que o digam), mas há todo um questionamento sobre como é possível, sim, quebrar barreiras e ser quem queremos ser.

Como supracitado, não fiquei totalmente satisfeita com o desfecho romântico no livro. Tenho certeza que faltam algumas páginas importantes que a autora deixou para “Apenas um ano”. A continuação será da perspectiva de Willen e deve incrível ter essa outra perspectiva. Gayle Forman fez isso com “Se eu ficar” e “Para onde ela foi” e foi uma combinação maravilhosa de perguntas e respostas. Espero de todo coração ter tudo que preciso saber nesta continuação, porque... odeio não saber!
Em breve voltarei com mais Gayle Forman para vocês!




Imperdível!

Fernanda Karen Estudante de Serviço Social com o coração no curso de Letras. Apaixonada por séries, dramas e café. Bookaholic  irrecuperável e promíscua literária. Eventualmente estou trocando um de meus rins por livros muito desejados. (Qualquer coisa é só entrar em contato). Amo YA, ficção-fantasia, clássicos (brasileiros, portugueses, ingleses, latinos etc), chick-lits... Perceberam que meu preconceito literário é zero? Ops, quase zero; não leio auto-ajuda.







Formada em administração de empresas, tem fascinação por aprender idiomas (nem sempre é bem sucedida, mas vale a tentativa). É apaixonada por livros, fez muitos amigos por causa deles, e os usa para conhecer novos lugares e realidades. É também uma ARMY orgulhosa.

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