Título:
Invisível
Autores:
David Levithan e Andrea Cremer
Editora:
Galera
Onde Comprar:
Submarino | Saraiva | FNAC
Amaldiçoado desde o dia em que nasceu, Stephen é invisível. Nunca viu seu rosto nem corpo. Evitando desaparecer por completo, ele vaga por Nova York, à deriva. Até que sua nova vizinha de apartamento chega e é capaz de enxergá-lo! Logo, ambos se tornam mais que amigos. E tanto Elizabeth como Stephen precisam decidir o quão longe irão para quebrar a maldição que o acomete. Estariam dispostos a enfrentar o maior desafio de todos, a morte?
David Levithan. Só consigo encaminhar amor a esse homem pelo talento incrível. Sabem aquela narrativa maravilhosa que vocês tem vontade de sair para jantar com ela? Pois é. “Invisível” está na categoria: livro para cortejar. No entanto, ele é escrito em parceria. Andrea Cremer (que tive o prazer de conhecer com este livro) é co-autora do livro ao lado de David e, com certeza, veio para somar.
Stephen é invisível.
Ele nasceu invisível e toda a sua vida foi um desafio. Aos 15 anos, perdeu a mãe e ficou sozinho no mundo. O pai não aguentou a pressão e saiu de casa quando ele ainda era pequeno e, convenhamos, o cheque não substitui presença e companhia.
Portanto, Stephen está só - e invisível - em um mundo cheio de cores, pessoas e possibilidades.
Porém, um dia, em seu prédio, ele cruza com uma moça atrapalhada com as sacolas de compras. Quando ela enfim consegue derrubar tudo, ela olha diretamente para onde Stephen deveria estar e solta um “você vai mesmo só ficar parado aí?”.
Choque. Possibilidades.
"Nada na vida real me preparou para isto. Para o cara a cara. Sim, eu tinha minha mãe e, embora fosse invisível para ela, podíamos conversar todo tempo. Mas uma conversa com uma garota? Era inédito.
Em vez disso, eu me dedicara aos livros. E aos programas de televisão. E aos filmes. Às conversas que ouvia por acaso. Por causa disso, os ritmos e os padrões que todas as outras pessoas acham naturais são estranhos para mim. Esse dar e receber das palavras, essa dança verbal de compartilhar e esconder, confiar e obrigar, é algo no qual posso tentar me incluir. Pratiquei por tanto tempo na minha mente, sem nem mesmo saber que estava praticando. Agora estou buscando as palavras e a maneira de dizê-las.
Ela não faz ideia de como essa conversa é surpreendente para mim. Não tem ideia de como é ser um intruso no mundo exterior... e então, de repente, ser convidado a entrar."
Alguém enfim o enxergou. Ele, que nem mesmo se conhece fisicamente, é visto por alguém. Mas Elizabeth é a única pessoa que consegue ver Stephen. Por quê?
Os autores criaram uma situação fantástica (que pouco tem a ver com amor, para os sem coração de plantão) no desenrolar da história para o leitor desvendar os mistérios da condição de Stephen e Elizabeth. É interessante, genioso e, acima de tudo, dinâmico.
O que mais me chamou atenção é a diferença perceptível da narrativa dos dois autores. Davitd Levithan é quase poético . Ele desperta sentimentos latentes no leitor: empatia, tristeza, amor, agonia. Paralelo a ele, Andrea Cremer (acredito eu) deu o ar de aventura e ação à narrativa. Quem já leu algum livro de David Levithan, o reconhecerá no texto. Sua narrativa é apaixonante! Não li nenhuma obra de Andrea Cremer, mas a curiosidade foi despertada. O livro também aborda outras questões relevantes como o preconceito, medo, dúvidas e certezas, e o modo que os personagens reagem a esses sentimentos são dignos de nota.
“A solidão vem da ideia de que você pode estar envolvido no mundo, mas não está. Ser invisível é ser solitário sem o potencial de ser outra coisa além de solitário. Por isso, depois de um tempo, você se retira do mundo. É como se estivesse num teatro, sozinho na plateia, e tudo mais estivesse acontecendo no palco.”
A narrativa é em 3ª pessoa, alternando a perspectiva de Stephen e Elizabeth. Os personagens são bem trabalhados e muito humanos, mesmo que o livro tenha um elemento fantástico. E o que quero dizer com “muito humanos”? Bem, digamos que eles poderiam ser pessoas reais que conhecemos no dia-a-dia. E mesmo que as situações sejam irreais, suas atitudes para tais situações são muito reais.
Prezo muito livros que conseguem transmitir os personagens de forma palpável, e “Invisível” tem esse elemento trabalhado maravilhosamente. A edição da Galera Record está muito bonita e bastante chamativa, o que pode deixar passar batido um detalhe sutil na capa.
“Invisível” tem vários atrativos para todos os tipos de leitores. Constatem, amigos.
Fernanda Karen Estudante de Serviço Social com o coração no curso de Letras. Apaixonada por séries, dramas e café. Bookaholic irrecuperável e promíscua literária. Eventualmente estou trocando um de meus rins por livros muito desejados. (Qualquer coisa é só entrar em contato). Amo YA, ficção-fantasia, clássicos (brasileiros, portugueses, ingleses, latinos etc), chick-lits... Perceberam que meu preconceito literário é zero? Ops, quase zero; não leio auto-ajuda.