Eu Li: Os Três - Sarah Lotz


Título:
Os Três
Autora:
Sarah Lotz
Editora:
Arqueiro
Onde Comprar:
Submarino | Saraiva | FNAC

Quinta-Feira Negra. O dia que nunca será esquecido. O dia em que quatro aviões caem, quase no mesmo instante, em quatro pontos diferentes do mundo. Há apenas quatro sobreviventes. Três são crianças. Elas emergem dos destroços aparentemente ilesas, mas sofreram uma transformação. A quarta pessoa é Pamela May Donald, que só vive tempo suficiente para deixar um alerta em seu celular: Eles estão aqui. O menino. O menino, vigiem o menino, vigiem as pessoas mortas, ah, meu Deus, elas são tantas... Estão vindo me pegar agora. Vamos todos embora logo. Todos nós. Pastor Len, avise a eles que o menino, não é para ele... Essa mensagem irá mudar completamente o mundo.

Quinta-feira Negra. Que nome mais apropriado. Já pensou, num belo dia, de repente aparecerem notícias e plantões televisivos informando que quatro aviões caíram quase ao mesmo tempo em quatro partes diferente do mundo? O que você pensaria? Que o mundo vai acabar? Que estamos sendo atacados por alguém? Que foi tudo obra divina?

Nesse livro somos mergulhados em dúvida e suspense! A maior parte do livro é estruturada em forma de cartas, depoimentos e transcrições de entrevistas que uma autora fictícia, Elspeth Martins, fez com várias pessoas afetadas pelos acidentes, sendo que nem todos os fatos são apresentados por ela em ordem cronológica. É um livro jornalístico dentro de um outro livro. A dúvida vem do fato de Elspeth ser tendenciosa em algumas coisas, meio sensacionalista mesmo, e aí você acaba se questionando se a explicação é sobrenatural mesmo, ou se as informações foram manipuladas para parecerem assim. 

Assim, acompanhamos o que foi publicado sobre o acidente, relatos de como foi receber a notícia de que seu parente havia morrido, ou de que havia sobrevivido; o que a impressa falou sobre os sobrevivente; as teorias sobre os milagres, as teorias de que as três crianças sobreviventes seriam três cavaleiros do apocalipse, entre muitas outras coisas que contribuem para ir formando uma imagem dos envolvidos. Há depoimentos de diversas pessoas, inclusive dos parentes das três crianças sobreviventes depois que elas voltaram para casa. Eles são as mesmas de antes, ou estão diferentes? 

É muito, muito interessante acompanhar a história do jeito que ela foi estruturada, pois por mais que você saiba que tudo foi escrito por uma só pessoa, Sarah Lotz, é possível imaginar as pessoas 'reais' por trás dos depoimentos,  sua dor, seu fanatismo, suas dúvidas sobre sua própria sanidade, seus momentos finais. A autora foi muito bem sucedido no que acredito ter sido sua intenção, ou seja, fazer tudo parecer o mais real possível,algo que realmente poderia acontecer, e com isso mostrar aos leitores o que poderia vir como consequência: fanatismo religioso, atentados, protestos, etc. 

Em alguns momento eu senti vontade de fechar o livro para pensar. E eu fechei o livro e pensei. Tudo parece tão real as vezes, sendo que em outras o tédio é enorme. Nem todos os depoimentos são interessantes, e alguns deles passam aquela ideia de sensacionalismo, algo que veríamos com certeza se algo assim viesse a acontecer um dia. Ponto para a autora nesse sentido, mostrando todos os aspectos da 'realidade' do caso. 

Eu demorei para escrever essa resenha por que ainda não sabia se tinha amado ou não o livro. Ainda estava pensando, formando uma opinião em minha mente. Há alguns furos, e eu senti que ficou faltando alguma coisa, algo que não pode ser transmitido devido ao formato da narrativa, porém esse mesmo formato me agradou muito! E eu com certeza esperava mais do final. Algo mais assustador, que me deixasse acordada de noite rs. Mais explicações, já que o final não é mais dentro do livro fictício. 

Enfim, é um livro diferente do que estamos acostumados, e acho uma mudança bem vinda. Foi corajoso da parte de Sarah, e o resultado foi melhor do que eu imaginaria para um livro assim. 




P.S. Eu levei o livro para ler durante uma viagem de avião. Cada vez que havia turbulência ( e houve muitas) e fechava o livro e prometia não ler mais, que eu não queria morrer, que não queria que fosse nem coincidência nem sobrenatural a minha morte, e etc, etc. Logo que tudo acalmava eu voltava a ler. Sim, sou doida e medrosa. HAHA! #medrosa #doida #nãotemamoravida #maluca #odeioturbulencia


Formada em administração de empresas, tem fascinação por aprender idiomas (nem sempre é bem sucedida, mas vale a tentativa). É apaixonada por livros, fez muitos amigos por causa deles, e os usa para conhecer novos lugares e realidades. É também uma ARMY orgulhosa.

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