Título:
Verity
Autora:
Colleen Hoover
Editora:
Galera Record
Ano:
2020
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O amor é capaz de superar a pior das verdades?
Verity Crawford é a autora best-seller por trás de uma série de sucesso. Ela está no auge de sua carreira, aclamada pela crítica e pelo público, no entanto, um súbito e terrível acidente acaba interrompendo suas atividades, deixando-a sem condições de concluir a história... E é nessa complexa circunstância que surge Lowen Ashleigh, uma escritora à beira da falência convidada a escrever, sob um pseudônimo, os três livros restantes da já consolidada série.
Para que consiga entender melhor o processo criativo de Verity com relação aos livros publicados e, ainda, tentar descobrir seus possíveis planos para os próximos, Lowen decide passar alguns dias na casa dos Crawford, imersa no caótico escritório de Verity – e, lá, encontra uma espécie de autobiografia onde a escritora narra os fatos acontecidos desde o dia em que conhece Jeremy, seu marido, até os instantes imediatamente anteriores a seu acidente – incluindo sua perspectiva sobre as tragédias ocorridas às filhas do casal.
Quanto mais o tempo passa, mais Lowen se percebe envolvida em uma confusa rede de mentiras e segredos, e, lentamente, adquire sua própria posição no jogo psicológico que rodeia aquela casa. Emocional e fisicamente atraída por Jeremy, ela precisa decidir: expor uma versão que nem ele conhece sobre a própria esposa ou manter o sigilo dos escritos de Verity?
Antes mesmo de ler a sinopse de Verity eu já estava super curiosa por causa dos relatos de que esse livro era bem diferente dos outros da Colleen. Eu devo ter lido uns 70% de tudo o que ela já publicou, e sempre iniciei as leituras esperando romance e drama, então fiquei me perguntando o que seria diferente nesse livro. Depois de terminar a leitura posso me juntar aos relatos de que é realmente diferente.
Primeiro que Verity tem uma pegada meio suspense psicológico, sabe? Depois dos primeiros dez capítulos eu tive até um breve pesadelo com o livro, sério (os amantes de suspenses psicológicos vão rir de mim, mas é que eu não costumo ler livros do tipo 😄😄). Enfim, você vai ficando angustiado com a perspectiva das suspeitas da Lowen serem verdadeiras, fica tenso enquanto lê.
Os capítulos do livro se revezam entre os capítulos da história em si e da autobiografia de Verity que a Lowen encontrou. E toda vez que um capítulo da autobiografia se aproximava eu já me preparava para o asco que eu ia sentir ao lê-lo. Sério, impossível não sentir nojo do que foi escrito ali. Ficava me perguntando também como ninguém tinha percebido quem era a verdadeira Verity durante esses anos todos.
E a história vai progredindo, Lowen vai se sentindo cada vez mais atraída por Jeremy, o jogo psicológico fica cada vez mais intenso (e o leitor cada vez mais envolvido), e os relatos na autobiografia cada vez mais próximos do dia do acidente de Verity. E aí chegamos ao ápice. E quando já aceitamos que o final é aquele vem uma carta e muda tudo (ou não).
Estava lendo esse livro num clube do livro online com amigos no Whatsapp e tínhamos a missão de ler e comentar 5 capítulos por dia. Se vocês pudessem ver a quantidade de teorias diferentes que foram surgindo ao longo do tempo e o quanto todo mundo ficou chocado (e alguns decepcionados) com o final. Eu particularmente fiquei muito surpresa e cheia de dúvidas sobre tudo que eu tinha lido, sobre as opiniões que eu tinha formado, sobre os julgamentos que eu fiz.
Acredito que tenha sido essa a intenção da autora, deixar um final de certa forma aberto. Porque apesar de todas as teorias, argumentos e contra-argumentos, acho muito difícil ter certeza absoluta do que realmente aconteceu ali. Verdade ou Mentira? Culpada ou Inocente? Afinal, tem alguém inocente ali? Quem é o menos culpado? Muitas perguntas e muitas teorias derivadas.
Eu gostei muito porque realmente me surpreendi com esse tipo de história vinda da Colleen, simplesmente porque não é o que estou acostumada a encontrar nos livros dela. Gostei do final porque acredito que intenção da autora sempre foi nos deixar com alguns questionamentos, e acho que ela fez isso muito bem.
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