A Cabana é um livro daqueles de autoajuda que cai muito no ame ou odeie. Fez bastante sucesso um tempo atrás e agora está de volta com uma adaptação para os cinemas.
Ok, essa sinopse parece clickbait do facebook...
Título: A Cabana
Autor: William P. Young
Editora: Sextante
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A filha mais nova de Mackenzie Allen Philip foi raptada durante as férias em família e há evidências de que ela foi brutalmente assassinada e abandonada numa cabana. Quatro anos mais tarde, Mack recebe uma nota suspeita, aparentemente vinda de Deus, convidando-o para voltar àquela cabana para passar o fim de semana. Ignorando alertas de que poderia ser uma cilada, ele segue numa tarde de inverno e volta a cenário de seu pior pesadelo. O que encontra lá muda sua vida para sempre. Num mundo em que religião parece tornar-se irrelevante, "A Cabana" invoca a pergunta: "Se Deus é tão poderoso e tão cheio de amor, por que não faz nada para amenizar a dor e o sofrimento do mundo?" As respostas encontradas por Mack surpreenderão você e, provavelmente, o transformarão tanto quanto ele.
O livro
Mack (Mackenzie) nunca teve uma vida muito fácil. Desde pequeno ele já sofria bastante nas mãos de um pai violento e alcoólatra, coisa que o assombra até a vida adulta. Mas sua maior dor (que ele nomeou de Grande Tristeza) envolve o fato de que, durante um acampamento de férias, sua filha mais nova, Missy, foi sequestrada por um maníaco e dada como morta. Sua relação com Deus e a religião sempre foi complicada e, depois da Grande Tristeza parecia não ter retorno, afinal, se Deus possui toda essa bondade que dizem, como ele pode permitir que seu filhos sofram desse jeito? Eis que certo dia, Mack encontra na sua caixa de correio uma mensagem supostamente enviada por Deus para que ele retorne a Cabana onde foram encontradas as últimas pistas do sequestrador de Missy e o vestido dela. Apesar de todos os indícios de uma armadilha ele retorna ao local do seu pesadelo e lá, ele será confrontado por todos os seus pensamentos e julgamentos.
A Cabana é um livro meio difícil de descrever. Ele apresenta uma visão sobre Deus e toda a religiosidade cristã que é bem diferente do que qualquer religião prega (conseguindo assim o ódio de muita gente que é extremamente religiosa). Ao mesmo tempo trás algumas reflexões interessantes de serem discutidas sobre fé e perdão (e olha que eu nem sou muito fã de autoajuda). Obviamente, Mack realmente encontra com Deus na Cabana, as Esse é apresentado de uma forma completamente diferente do usual. Alias, a chamada Santíssima Trindade, é apresentada aqui bem diferente do usual: Deus é uma senhora negra; Jesus tem traços árabes; e o Espírito Santo aparece na forma de uma moça com traços orientais com o nome Sarayu.
O livro inteiro é construído em cima de diálogos entre Mack, Deus (que ele chama de Papa), Jesus e Sarayu e levam o leitor a refletir sobre tudo que é ensinado e conduzido pelas diversas religiões existentes sobre perdão, fé, punição, pecado, julgamento entre outros. E, ao longo de todas essas discussões, Mack é levado a refletir sobre todo o acontecido na sua vida, desde sua infância difícil até a morte trágica de sua filha. A mensagem ao final do livro é bem positiva e tenta passa a ideia de que não importa muito a religião que você siga, desde que você saiba lidar com as outras pessoas, perdoar os outros e se perdoar.
A Cabana é um livro que eu lá reli algumas vezes e sempre acho interessante encontrar uma camada nova no seu texto a cada leitura. Recomendo muito, desde que você não seja extremamente religioso ou extremamente ateu.
O livro inteiro é construído em cima de diálogos entre Mack, Deus (que ele chama de Papa), Jesus e Sarayu e levam o leitor a refletir sobre tudo que é ensinado e conduzido pelas diversas religiões existentes sobre perdão, fé, punição, pecado, julgamento entre outros. E, ao longo de todas essas discussões, Mack é levado a refletir sobre todo o acontecido na sua vida, desde sua infância difícil até a morte trágica de sua filha. A mensagem ao final do livro é bem positiva e tenta passa a ideia de que não importa muito a religião que você siga, desde que você saiba lidar com as outras pessoas, perdoar os outros e se perdoar.
A Cabana é um livro que eu lá reli algumas vezes e sempre acho interessante encontrar uma camada nova no seu texto a cada leitura. Recomendo muito, desde que você não seja extremamente religioso ou extremamente ateu.
O Filme
Sam Worthington! PQ?!!!!! |
E em 6 de abril estreou nos cinemas a adaptação do livro em filme. Estrelado por Sam Worthington (que para quem não lembra é o Jake Sully de Avatar e o Perseu em Fúria de Titãs) como Mack, com Octavia Spencer (de Estrelas Além do Tempo, Histórias Cruzadas e que recentemente ganhou o Oscar de Atriz Coadjuvante) e com uma ponta espetacular da Alice Braga.
A primeira coisa a dizer do filme é que ele é extremamente fiel ao livro: poucas adaptações seguiram a risca a trama da obra original, como A Cabana fez. Tem falas que são transcritas exatamente como no livro. Isso, no entanto, não impediu a direção de alterar algumas coisas e inovar outras. O resultado final é muito bom. A trama é exatamente a mesma do livro, sem alterações, mas se permite reinventar alguns trechos, sem macular o objetivo final. Ponto pra adaptação de roteiro.
A fotografia está espetacular. As cenas que envolvem algo fantástico acontecendo estão muito boas e toda a tristeza envolvida na trama reflete nos cenários e planos de fundo. A cena em que a cabana no meio da neve passa a se transformar num local florido e todas as cenas envolvendo a Sarayu e seu jardim são lindas. Peças de arte.
O casting é o único grande problema do filme para mim. Octavia Spencer, Avraham Avi (Jesus) e Sumire Matsubara (Sarayu) estão muito bem. A dinâmica entre eles, como a Santíssima Trindade ficou ótima e deixou o filme bem emocional. Aliás, o filme inteiro é bem emocionante e isso graças ao casting principal e aos atores do elenco de suporte. O grande problema é o próprio Sam Worthington: ele praticamente não consegue passar emoção em nenhuma cena. Nas cenas em que ele chora, você não consegue acreditar na tristeza e ele tem as mesmas expressões o filme inteiro, seja por estar com fome, seja por descobrir que assassinaram sua filha, seja por ver algo fantástico acontecendo na sua frente.
Mas no final das contas o resultado final é muito bom e vale muito a pena.
A primeira coisa a dizer do filme é que ele é extremamente fiel ao livro: poucas adaptações seguiram a risca a trama da obra original, como A Cabana fez. Tem falas que são transcritas exatamente como no livro. Isso, no entanto, não impediu a direção de alterar algumas coisas e inovar outras. O resultado final é muito bom. A trama é exatamente a mesma do livro, sem alterações, mas se permite reinventar alguns trechos, sem macular o objetivo final. Ponto pra adaptação de roteiro.
A fotografia está espetacular. As cenas que envolvem algo fantástico acontecendo estão muito boas e toda a tristeza envolvida na trama reflete nos cenários e planos de fundo. A cena em que a cabana no meio da neve passa a se transformar num local florido e todas as cenas envolvendo a Sarayu e seu jardim são lindas. Peças de arte.
O casting é o único grande problema do filme para mim. Octavia Spencer, Avraham Avi (Jesus) e Sumire Matsubara (Sarayu) estão muito bem. A dinâmica entre eles, como a Santíssima Trindade ficou ótima e deixou o filme bem emocional. Aliás, o filme inteiro é bem emocionante e isso graças ao casting principal e aos atores do elenco de suporte. O grande problema é o próprio Sam Worthington: ele praticamente não consegue passar emoção em nenhuma cena. Nas cenas em que ele chora, você não consegue acreditar na tristeza e ele tem as mesmas expressões o filme inteiro, seja por estar com fome, seja por descobrir que assassinaram sua filha, seja por ver algo fantástico acontecendo na sua frente.
Mas no final das contas o resultado final é muito bom e vale muito a pena.
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