Título:
Contos de Meigan: A Fúria dos Cártagos
Autor :
Roberta Spindler & Oriana Comesanha
Editora:
Dracaena
Onde Comprar:
Saraiva | Submarino | FNAC
Meigan é um mundo diferente do nosso, morada de seres especiais e poderosos que se denominam magis. Na aparência são exatamente como nós, mas as diferenças não podem ser ignoradas por muito tempo. Os magis tem uma relação especial com a natureza e seus elementos, moldando-os a sua vontade e apoderando-se de sua força. Esses elementos, chamados mantares, não se limitam apenas aos conhecidos fogo, terra, ar e água. Existem muitos outros, como as sombras, o tempo e até mesmo o controle sobre o próprio corpo. Ter a capacidade de decifrar, entender e interagir com a natureza é um dos principais requisitos para a evolução de um magi. Para tanto, deve-se, primeiramente, entender que tudo faz parte da mesma manifestação natural e que toda matéria e energia estão inseridas em um processo dinâmico e universal. Contos de Meigan – A Fúria dos Cártagos começa com Maya Muskaf preparando-se para voltar para casa. Depois de três anos vivendo na Terra, o momento de retornar a Meigan finalmente havia chegado. Estava preocupada, pois algo afetava seu controle sobre os mantares, talvez algum resquício da misteriosa doença que a debilitou durante a infância. Com medo de estar novamente doente e para conseguir respostas, decidiu deixar de lado as diferenças com sua mãe, a principal governante do mundo magi. Voltaria a Katur, capital de Meigan, e pediria perdão por todas as brigas passadas. Assim, abandonou sua vida terrena e entrou na primeira caravana que encontrou. Entretanto, seus planos acabaram tomando um rumo muito diferente daquele que imaginara.
O livro tem mais de 600 páginas e nos conta uma estória fantástica. Nesse novo mundo chamado Meigan, os magi são descendentes dos manarcus, seres poderosos que tinha domínio sobre um mantar - um elemento da natureza. Com o passar do tempo, as tribos de manarcus foram se relacionando entre si, gerando seres capazes de controlar vários mantares, mas não com a perfeição que os manarcus controlavam apenas um, e esses seres foram chamados de magi.
Maya Muskaf é uma magi , filha de Liza Muskaf, a atual shyrat - um líder-governante - de Meigan. Ela fugiu para a Terra a fim de fugir das pressões que o cargo de sua mãe exercia sobre ela e das lembranças de um infância afetada por uma misteriosa doença. Mas ao chegar a Meigan se depara com o caos: fumaça, gritos e corpos espalhados diante dos sete portões que protegem a entrada de Meigan. Mal ela sabe que está prestes a enfrentar as maiores batalhas de sua vida.
A partir de então nos vemos em meio a intrigas, conspirações rebeldes, magia e batalhas que te fazem querer pegar algum tipo de arma e defender uma causa também! Sentimos raiva de alguns personagens, pena de outros, e vontade de sacudir a Maya até entrar juízo na cabecinha dela. E rimos muito dos comentários de Keyth, o personagem mais hilário de todos!
O final do livro é muito surpreendente! Sério, eu duvido que alguém adivinhe como a jornada através de Meigan acaba. Tudo bem que eu não agüentei de curiosidade e li o final antes de terminar - NÃO façam isso! - mas mesmo quando eu voltei a ler a parte em estava não consegui parar de pensar no final. Ele estava lá, no fundo da minha mente, mesmo enquanto eu lia sobre batalhas fantásticas. E mesmo quando eu realmente cheguei ao final não fiquei menos surpresa. Só conseguiu pensar em OMGs e COMASSIMs . E estou pensando nele enquanto escrevo essa resenha.
É que ele foi muito bem escrito e serve a dois propósitos: ter uma continuação ou não. É porque o livro todo te transmite a sensação de estar lendo um conto de fadas sabe? Não pelas características da estória, mas porque tem todo aquele ar fantástico e antigo, como algo que foi repassado durante gerações. Então quando chegamos ao final temos a sensação de conto de fadas ainda mais reforçada: o que o 'Felizes Para Sempre' te diz de verdade sobre os futuros acontecimentos? Não muita coisa, certo? Mas é, de certa forma, definitivo, e te deixa especulando e imaginando e te traz uma sensação boa, tipo de 'missão cumprida', mesmo que ainda haja perguntas a serem respondidas. Uma sensação difícil de descrever. Mesmo assim eu espero uma continuação. Pra ontem!
Eu não pensei que fosse gostar tanto. Já falei diversas vezes que estórias em novos mundos me deixam com um pé atrás por causa do comum excesso de descrições. Contos de Meigan não é assim. O ambiente em que é narrada de forma clara e direta. Em nenhum momento a estória é chata ou maçante, e o que eu mais pensava é que foi necessária muita imaginação por parte das autoras. Por falar nisso, apesar de ter sido escrito por duas pessoas, em momento algum eu senti mudanças no estilo da narrativa. Realmente pareceu ter sido escrito por uma pessoa só e sua grande imaginação. Grande parceria!