Eu Li: A Libélula no Âmbar - Outlander #2 - Diana Gabaldon


Título:
A Libélula no Âmbar
Autora:
Diana Gabaldon
Editora:
Saída de Emergência
Onde Comprar:
Submarino | Saraiva | FNAC


O soldado Jamie Fraser, por quem Claire se apaixona, precisa ajudar o príncipe Carlos Stuart a formar alianças que o apóiem na retomada do poder. Pressente-se, entretanto, que a rebelião fracassará. De fato, a tentativa de devolver o trono aos católicos arruinará os clãs escoceses. Enfrentando um velho rival, Claire tenta impedir muitas mortes cruéis e salvar o homem que ama. Assim são os primeiros capítulos de A libélula no âmbar , segunda etapa de Outlander, série de Diana Gabaldon, que começou com A viajante do tempo . O romance tem início quando, depois de assistir a uma cerimônia celta, Claire atravessa séculos de história e cai no mesmo lugar, só que no ano de 1743, e encontra Jamie, seu grande amor.



A Libélula no Âmbar é o segundo volume da série Outlander, que se iniciou com A Viajante do Tempo, e logo no começo nos faz pensar que estamos loucos ou que o livro está sem páginas. Diana nos deixa atormentados logo de inicio ao começar o livro do ponto de vista de Roger Wakefield, o filho adotivo do reverendo que vemos criança no primeiro livro, só que agora está adulto e é um historiador, e o mais intrigante: contando a história no ano de 1968, duzentos e tantos anos depois do final de A Viajante do Tempo. Com um aperto no peito diante das páginas iniciais, somemos compelidos a mergulhar em mais um livro lindamente escrito e capaz de despertar mais amor e sentimentos lindos por tudo o que diz respeito a Jamie e Claire. 

Ah meu Deus, não acho que seja possível amar tanto uma série quanto eu amo essa. É tão próxima ao meu coração que eu quase posso sentir Jamie e Claire se amando lá no passado, nas terras de Lallybroch. Amo tanto, tanto! 


“Ah Claire, meu coração dói de tanto amar você.”


Esse livro não é cheio de clichês românticos quanto se poderia imaginar. O que eu mais admiro na Diana Gabaldon é o fato de ela não ter se deixado levar a construir uma continuação sem profundidade, somente com romance e romance e romance. E vejam só, o romance, o amor, o carinho, a ternura, estão presente em todas as páginas, entremeados na vida de um casal que está buscando evitar um revolução que levará milhares de escoceses a ruína e a morte. 

Para quem não lembra, Jamie e Claire terminaram o primeiro livro fazendo planos de ir para a França, e cá estão eles, em um cenário mais perigoso do que previam, em meio a planos de uma revolução que Claire sabe que vai resultar na morte de milhares de escoceses jacobitas. Em sua tentativa de evitar a morte de toda essa gente, é possível perceber o perigo real das intrigas da corte do século XVIII. Jamie e Claire estão dispostos a impedir a batalha de Culloden, e para isso precisam se aproximar do príncipe Charles Stuart para tentar dissuadi-lo de reclamar o trono.

Diana sabe escrever um romance histórico de forma maravilhosa. Construiu todo um ponto de vista por parte de Jamie e Claire que você não consegue interpretar como nada menos que totalmente real, totalmente crível, e no meio de tudo isso não deixou de nos presentear com cenas lindas e tocantes e emocionantes entre eles. E não foram cenas fora de contexto! Foram cenas perfeitamente construídas e inseridas, com grandes declarações de amor, sim, mas também com gestos e demonstrações simples que só poderiam ser fruto de um grande amor. É avassalador, e mesmo já tendo lido esse livro umas oito vezes, nunca consigo me emocionar menos, sofrer menos, e nem deixar de acreditar que tudo isso pode ter realmente acontecido. 

Eu terminei esse livro, como qualquer outro da série, como uma sensação de perda tão grande que somente nossos grandes amores literários são capazes de causar, e eu sou totalmente apaixonada por essa série e esses personagens. Tive a chance de conhecer o nobre, valente e amoroso Jamie; a inteligente, apaixonada e corajosa Claire, e sempre serei grata à literatura e à Diana por permitirem isso.
Amo/sou Outlander forever! 


“Eu a encontrarei – murmurou em meu ouvido. – Eu prometo. Ainda que tenha que suportar duzentos anos de purgatório, duzentos anos sem você, esse será meu castigo, que eu mereci pelos meus crimes. Porque eu menti, matei e roubei; traí e quebrei a confiança. Mas há uma única coisa que deverá pesar a meu favor. Quando eu ficar diante de Deus, eu terei uma única coisa coisa a dizer para contrabalançar o resto.

Sua voz diminuiu, até quase se transformar num sussurro, e seus braços apertaram-me com mais força.

- Meu Deus, o Senhor me deu uma mulher especial e, Deus!, eu a amei demais.”



Favorito forever





Por Bianne

Eu Li: Apenas um Dia - Gayle Forman


Título:
Apenas um Dia
Autora:
Gayle Forman
Editora:
Novo Conceito
Onde Comprar:
Submarino | Saraiva | FNAC


A vida de Allyson Healey é exatamente igual a sua mala de viagem: organizada, planejada, sistematizada. Então, no último dia do seu curso de extensão na Europa, depois de três semanas de dedicação integral, ela conhece Willem. De espírito livre, o ator sem destino certo é tudo o que Allyson não é. Willem a convida para adiar seus próximos compromissos e ir com ele para Paris. E Allyson aceita. Essa decisão inesperada a impulsiona para um dia de riscos, de romance, de liberdade, de intimidade: 24 horas que irão transformar a sua vida.
'Apenas um Dia' fala de amor, mágoa, viagem, identidade e sobre os acidentes provocados pelo destino, mostrando que, às vezes, para nos encontrarmos, precisamos nos perder primeiro... Muito do que procuramos está bem mais perto do que pensamos.



Gayle Forman, amigos. Gayle Forman. Decididamente, amo a narrativa dessa autora. Ela nos conta histórias com pontos equilibrados de emoção, apesar de os contextos serem, normalmente, dramáticos. “Apenas um dia” é uma história adorável de intermináveis desencontros.

Adianto que não me senti satisfeita com o desfecho. O livro não acabou de fato. A Editora Novo Conceito já anunciou a continuação, “Apenas um ano” e estou tão ansiosa, TÃO ANSIOSA!

“Apenas um dia” nos apresenta Allyson. Ela é uma menina toda certinha, que tem sua vida meticulosamente controlada por sua mãe e todo o clichê que isso acarreta. Ela está de viagem na Europa em um daqueles intercâmbios de férias e está longe de curtir a viagem como ela deveria ser curtida.

Até que ela é convidada para assistir uma peça de Shakespeare, de uma companhia de teatro que faz o espetáculo na rua. Dentre os atores da peça “Noite de Reis”, está um Sebastian especialmente adorável que parece dar bastante atenção a ela. Poderia ser apenas um flerte temporário, mas Willem a encontra na estação do trem no dia seguinte e a convida para passar um dia em Paris. A partir daí, Allison, ou Lulu (seu alter ego durante essa aventura) vai perceber que um dia pode mudar tudo.
“Nascemos em um dia. Morremos em um dia. Podemos mudar em um dia. E podemos nos apaixonar em um dia. Qualquer coisa pode acontecer em apenas um dia.”


A narrativa é em primeira pessoa e a premissa do livro é interessante se não formos muito exigentes. Afinal, muitas pessoas podem achar de uma bobagem sem limites se entregar completamente em apenas um dia e, praticamente, mudar todo o rumo de sua vida por isso. Sei disso porque sou uma dessas pessoas.

Mas o que a autora aborda é muito mais do que apenas o ato de se apaixonar (ou estar apaixonado) em apenas um dia. Entendam, Allyson era uma menina presa em vários sentidos da palavra. Sua vida era como uma prisão. E aquele dia mudou sua vida porque ela se permitiu fazer algo totalmente diferente do que ela normalmente faria.

Foi um dia de libertação. Foi um dia que ela fingiu ser outra pessoa (Lulu), mas “as pessoas que fingimos ser já estão em nós”. Allyson mergulhou no desconhecido e viu coisas que jamais veria, caso não se aventurasse. No entanto, Willen foi um fator de incentivo, com certeza. E um adorável fator.
“O dia passa à frente dos meus olhos como um flash: desde a voz brincalhona de Willem no café da manhã no primeiro trem até minha alegria diante da estranha recepção a ele no trem seguinte; (...) da eletricidade que senti quando a mão de Willen encontrou a minha; (...) de nosso voo sobre Paris, que senti exatamente assim, como um voo; os olhos dele: a maneira como me observam, brincam, me provocam e, ainda sim, de alguma forma, me compreendem.”

Gayle Forman tem uma narrativa tão gostosa, tão fluída. E como se não bastasse, usa como bases sólidas algumas peças de Shakespeare para dar forma a seu livro. Ela brinca com possíveis significados, adotando um todo especial para fazer sentindo em “Apenas um dia”.
“E se a verdadeira pergunta não se referir a ser, mas a como ser.”
“Apenas um dia” é livro inteligente que contém tantas mensagens significativas nas entrelinhas! Não há só um romance delicioso, não há apenas personagens adoráveis (Willen e Dee que o digam), mas há todo um questionamento sobre como é possível, sim, quebrar barreiras e ser quem queremos ser.

Como supracitado, não fiquei totalmente satisfeita com o desfecho romântico no livro. Tenho certeza que faltam algumas páginas importantes que a autora deixou para “Apenas um ano”. A continuação será da perspectiva de Willen e deve incrível ter essa outra perspectiva. Gayle Forman fez isso com “Se eu ficar” e “Para onde ela foi” e foi uma combinação maravilhosa de perguntas e respostas. Espero de todo coração ter tudo que preciso saber nesta continuação, porque... odeio não saber!
Em breve voltarei com mais Gayle Forman para vocês!




Imperdível!

Fernanda Karen Estudante de Serviço Social com o coração no curso de Letras. Apaixonada por séries, dramas e café. Bookaholic  irrecuperável e promíscua literária. Eventualmente estou trocando um de meus rins por livros muito desejados. (Qualquer coisa é só entrar em contato). Amo YA, ficção-fantasia, clássicos (brasileiros, portugueses, ingleses, latinos etc), chick-lits... Perceberam que meu preconceito literário é zero? Ops, quase zero; não leio auto-ajuda.







Por Bianne

Eu Li: O jeito que me olha - Bella Andre


Título:
O jeito que me olha
Autora:
Bella Andre
Editora:
Novo Conceito
Onde Comprar:
Submarino | FNAC | Saraiva

Depois de construir uma sólida carreira como detetive particular - especializado em casos de infidelidade -, Rafe Sullivan perdeu a fé nas relações humanas. As únicas histórias de amor verdadeiro que conhece são a dos seus pais e as dos seus primos, que Vivem na Califórnia.
Quando Rafe precisa sair de Seattle para descansar e esfriar a cabeça, sua irmã, Mia, sugere uma temporada na cidadezinha onde a família costumava passar as férias de verão. No cenário de sua infância, Rafe reencontra Brooke Jansen, que, de garotinha doce e inocente, transformou-se em uma mulher de beleza incomum.
Nenhum dos dois consegue ignorar o clima de sedução, e é Brooke quem toma a iniciativa: ela propõe a Rafe um caso de verão, sem amarras nem cobranças. Rafe luta para convencê-la de que eles devem continuar sendo apenas amigos... embora ele mesmo não esteja 100% convencido disso.
He he he...~envergonhada~ caros leitores, passando para vos informar que eles estão de volta! Não é uma boyband americana pop dos anos 80 nem uma modinha antiga de calçar sapatos cada um de uma cor.

Estou falando deles, os mais bem-sucedidos, deliciosos e mais extenso grupo familiar da literatura hot contemporânea...sim....segurem as perucas que os Sullivans estão de volta.

Essa Bella Andre não vai com a minha cara, só pode! Não bastava a decepção que ela me causou no último livro onde eu REALMEMTE QUERIA encontrar um epílogo direcionado a matriarca Sullivam, agora ela publica as histórias da parte do clã que mora em Seatle. #MORRI

A boa notícia é que dessa vez são cinco irmãos (Na última foram oito): Mia, Raffe, Adam, Dylan e Ian (se preparem que esse último, quando sair o livro, provavelmente vou surtar mais, porque ele tá em Londres, e torço para que seja um romance londrino!) Eles são os primos da tropa de São Francisco.

A má notícia é que eles são tão ou mais apetitosos, estilosos e intrigantes quando os primos. Ou seja, ainda vou correr atrás desses livros para completar a minha coleção e ainda vão arrancar muitos suspiros meus, shippagens e resenhas, me aguardem!

Como já mencionei, anteriormente, no epílogo da saga anterior, o nosso queridinho da vez, já estava presente no fim da história da mazinha! Estamos falando do detetive particular sarado e encucado com tudo, o primo Raffe!

Para quem já leu os livros ou resenhas anteriores minhas sobre os livros anteriores, por certo sabe que estamos falando de livros que tem um cunho hot até a última página, e apesar que você conseguir ler eles independentemente um do outro, sugiro que você siga a ordem e vá se apaixonando aos poucos. Degustando com uma colherzinha de chá. Lógico que para começar com essa nova etapa da Bella, você não precisa ler a etapa anterior...aaaaaaaaaaaaaa...mas vai lá...compra, empresta, baixa, sei lá...apesar de hot, eles são livros engraçadinhos.

Na saga parte um da família Sullivam, podemos ver o contexto externo, muito desfocado, e de pouca interferência. Como já li os anteriores, consegui sentir uma mudancinha significante no livro ``O jeito que me olha``, não sei dizer agora se ocorreu devido ser o primeiro dessa fase, ou se houve um amadurecimento da autora. Prefiro crer que foi o segundo caso. Não que eu não tenha gostado dos anteriores, masssss, e sempre tem um masssss...tem uma hora que dá para cansar um pouquinho de ler várias cenas quentes sequencialmente. Quem sou eu para reclamar de 10 páginas seguidas de um mesmo ato...kkk... pode acontecer!

Na história de raffe, podemos encontrar um homem na faixa dos 30 anos, que trabalha de forma bem-sucedida com casos de traição, então podemos encontrar um personagem muito neurado com trabalho e vida pessoal. E ele teve que aprender de forma trágica, que onde se ganha o pão, não se come a carne. Também podemos encontrar um personagem que tem dificuldade de confiar nas pessoas, e apesar de ter pais que são o exemplo vivo de que ´´e viveram felizes para sempre´´ pode acontecer...ele não sabe nem definir o que é o amor.

Essa parte do clã, apesar de bem-sucedidos hoje, tiveram um início meio puxado, quando seus pais passaram por complicações financeiras. No sentido de terem posses um dia e no outro não. Então eles são muito unidos, mas hoje eles dão um megassuporte para os pais que continua sendo um casal muito apaixonado, e com esse pensamento o Raffe comprou de volta uma casa no lago que era deles na infância. E isso não é spoiller, porque está na capa do livro.

Mia convence o irmãozinho neurado a dar um tempo na casa nova deles, para ver se ele esfria a cabeça, na minha opinião ele foi para lá esquentar a cabeça em muito sentidos diferentes.

Por que lá, além das lembranças de uma infância feliz, ele também encontra a Brooke que é a vizinha fofa e inocente que foi sempre protegida por todos. Só que ela já não é tão fofa assim…ela está mais para a personificação de todos os sonhos mais assanhados do moço.

A Brooke coitada, é vista pela cidade como a boa moça que vive no lago que trabalha fazendo trufas dos deuses e que é estupidamente fofa e angelical. Só a Brooke não se vê assim. Um dos grandes desejos dela é se tornar selvagem, especificamente como o nosso detetive que amadureceu de um jeito muito apetitoso, e se coberto de chocolate fica irresistível.

Gente, eu ri muito da Brooke tentando atiçar o seu lado selvagem, e deixar sua imagem de boa moça de lado. Em parte eu até entendo ela, porque vira e mexe algum amigo meu também fica nessa de dizer que sou fofa, inocente e essas coisas aí...kkkk... as vezes é engraçado mais tem hora que enche! ^^ kkkk...então EM UMA PEQUENA parte eu vi um pouco de mm na Brooke...aí quando chegou a parte do selvagem...nós não compartilhamos esse momento! Kkkkkkkkkkk Eu adorei a Brooke, por que ela dobrou o Raffe sem deixar de ser ela mesma. E ela tem as coisas bem claras em mente. O que é um ponto muito positivo para ela também, porque o moço dá um trabalhoooooooooooooo...kkk...enfim.

Um dos pontos que mais gostei, e saí quicando na cama, foi quando o raffe fala com a Soph e ela conta por altos como estão o Jack, os gêmeos e ela...pois o livro dela é o meu favorito da saga anterior. Ao que tudo indica eles estarão presentes no próximo livro.
 
È uma leitura gostosa, fácil e rapidinha...digna de arrancar muito sorrisos seus a qualquer tarde dessas aí!

P.s: E ao fim dessa resenha, acabei descobrindo que SIMMMMMM a linda da Novo Conceito já lançou o livro da matriarca da família Sullivan de São Francisco.

Até assustei a Biah, quando eu corri no grupo das Garotas pai d'eguas (o plural é assim gente? o.O) e saí desesperadamente, implorando pelo livro.

Aaaaaaaaaaaaaaaaa...feliz feliz...agora me despeço com um largo sorriso no rosto de contentamento!

Me aguardem, pois logo que possível vou resenhar esse também para o blog....Muahhhhhhhh!

Ficam as dicas!


Por Anne Magno

Eu Li: Vermelho Como Sangue - Salla Simukka


 Título:
Vermelho Como Sangue
 Autora:
Salla Simukka
Editora:
Novo Conceito
Onde Comprar:
Submarino | FNAC |Saraiva

No congelante inverno do Ártico, Lumikki Andersson encontra uma incrível quantidade de notas manchadas de vermelho, ainda úmidas, penduradas para secar no laboratório de fotografia da escola. Cédulas respingadas de sangue.
Aos 17 anos, Lumikki vive sozinha, longe de seus pais e do passado que deixou para trás. Em uma conceituada escola de arte, ela se concentra nos estudos, alheia aos flashes, à fofoca e às festinhas dominadas pelos garotos e garotas perfeitos.
Depois que se envolve sem querer no caso das cédulas sujas de sangue, Lumikki é arrastada por um turbilhão de eventos. Eventos que se mostram cada vez mais ameaçadores quando as provas apontam para policiais corruptos e para um traficante perigoso, conhecido pela brutalidade com que conduz os seus negócios.
Lumikki perde o controle sobre o mundo em que vive e descobre que esteve cega diante das forças que a puxavam para o fundo. Ela descobre também que o tempo está se esgotando. Quando o sangue mancha a neve, talvez seja tarde demais para salvar seus amigos. Ou a si mesma.
Gente, me amarota que eu fiquei passada com esse livro. Parece que uma manada de elefantes brancos como a neve passou na minha cabeça quando eu terminei de ler, em tempo recorde, 12h, o livro.

Vermelho como o sangue não tem nada em comum com os tipos de livros que estou acostumada a ler. E isso, por incrível que pareça, foi uma coisa boa. Salla Simukka, saiu direto da Finlândia para as páginas de um livro deverás intrigante. E é a primeira autora deste local que eu conscientemente leio!

Nossa #AMADA Novo Conceito classificou o livro dessa terrorista psicológica disfarçada de autora, mãe do livro "Vermelho como sangue" como suspense, drama e mistério, com três gotas de romance amargo. E GENTE FOI MUITO BOM! Com toda a certeza esse livro me fez começar o ano bem! E curou aquela ressaca nossa de cada mês!

Bem, passemos as primeiras impressões. Pelo título imaginei que fosse uma nova versão de uma história antiga. Mais enganada eu não poderia estar! Pois de branca de neve a Lumikki Anderson só tem o nome, sim, Lumikki é um nome, Russo, irlandês, da Finlândia? Não consegui descobrir no livro, para a Branca de neve. Recordo vagamente que a autora explica sobre o nome de Lumikki, só que eu me perdi um pouco na explicação com as demais coisas que aconteceram no livro, a autora colocou tantas outras línguas no livro, no decorrer da trama que, eu acabei me perdendo mesmo, então agora eu não lembro bem de onde vem o nome. E como estava com pressa para saber no que ia dar o ocorrido do livro, acabei não marcando páginas ou colocando post it na explicação. #SORRY

Então passemos a protagonista: Ela é uma garota que pode ser qualquer pessoa. Uma camaleoa nata que consegue se infiltrar e disfarçar nas situações mais perigosas possíveis. Tudo para tentar ajudar uma menina que ela prefere pensar como uma não amiga. Mas quem levaria um tiro de raspão por um não amigo?

Em boa parte do livro eu achei que na real, ela só estava no meio da bagunça para tentar sentir alguma coisa. Ela passou tanto tempo inside e outside da vida cotidiana que teve uma hora que ela percebeu que tudo ao seu redor e seus sentimentos estavam meio congelados pela neve! Então ela tenta...da forma mais perigosa possível, sentir! Sem se tornar aquelas viciadas em adrenalina.

Lumikki nada tem de fisicamente excepcional. Tudo de excepcional está na mente dela que funciona mais rápido em dedução e lógica que a maioria das pessoas da idade dela, e olha que ela só tem 17 anos. E por se destacar assim, ela foi tragada para o meio da bagunça alheia.

Pelo que tudo indica o ambiente da história é uma cidade Russa, com vários personagens de várias localidades, e com vários idiomas, achei isso interessante que a autora no meio do dialogo, indica que os personagens estavam falando tal língua, e tem muita gente mal encarada nesse livro, ou seja, podem se preparar para máfia, intrigas, mortes, mentiras, segredos e dinheiro. Muito dinheiro. Na verdade a história começa com uma bolsa cheia de dinheiro manchado de sangue, deixado no lugar errado, na hora errada.

Tudo o que Lumikki queria era ser invisível na escola de arte e ficar o mais longe possível de seus pais. Ela não queria ser bonita ou popular. Ao mesmo tempo que ela sabia absolutamente tudo sobre todos só de olhar para a pessoa ela já sabia muito. Ela lê as pessoas e os locais em que passa com muita facilidade. Penso que a agência do 007 está perdendo uma grande semente. E foi por esse talento e por entrar na sala errada na hora errada que ela se meteu no meio do tiroteio assim digamos.

O livro, na minha humilde opinião, foi bem escrito a diagramação também é um ponto positivo, apesar de ter achado uma ou outra palavrinha que passou equivocada no crivo da editora. A ambientação da história é um super ponto positivo, porque é inverno, tem florestas, sangue na neve, caçadas a noite, terrores noturnos, luta, sem ser horripilante e sim, tudo ao redor se torna suspeito.

A explicação da autora para o vilão mor, foi fantástica, eu realmente não esperava. E gostei! Assim como fiquei intrigada, achando que já conhecia o personagem de narrativas anteriores. Mas eis aí mais uma questão que a autora não deixou resolvida, e ainda deixou sua mente vagando, criando mil possibilidades. Gente, de onde essa autora saiu? O.o
 
Para ler este livro, sugiro que desde o início você esteja preparado para encarrar algumas verdades universais do livro, como:

- Todo mundo tem segredos nesse livro, sem exceções;

- Tudo está interligado;

- Tem montareis de pontas soltas, com as quais você não vai se importar;

- Ninguém é bonzinho!

- E não conte com finais felizes...

Por que a própria autora já diz que, para ser um conto de fadas com final feliz, a história teria que ter um começo diferente.

Então, descarte a sua ideia de o príncipe encantado vai aparecer em um cavalo branco e o gelo vai derreter, por que é capaz de o cavalo atolar na neve, e o príncipe aparecer como aliado da bruxa má!

A melhor descrição que achei do livro está na orelha inicial dele:

´´ Uma conspiração claustrofóbica.`` - Kirkus Reviews.

Eu totalmente concordo. E indico esse livro de boa!

Estou aguardando ansiosamente a continuação, que como colocou a Biah, pelos títulos já são arrepiantes.

Fica a arrepiante dica!


Por Anne Magno

Eu Li: As Estranhas e Belas Mágoas de Ava Lavender - Leslye Walton


Título:
As Estranhas e Belas Mágoas de Ava Lavender 
Autora:
Leslye Walton
Editora:
Novo Conceito
Onde Comprar:
Submarino | Saraiva | FNAC


Gerações da família Roux aprenderam essa lição da maneira mais difícil. Os amores tolos parecem, de fato, ser transmitidos por herança aos membros da família, o que determina um destino ameaçador para os descendentes mais jovens: os gêmeos Ava e Henry Lavender. Henry passou boa parte de sua mocidade sem falar, enquanto Ava que em todos os outros aspectos parece ser uma jovem normal nasceu com asas de pássaro.

Tentando compreender sua constituição tão peculiar e, ao mesmo tempo, desejando ardentemente se adaptar aos seus pares, a jovem Ava, aos 16 anos, decide revolver o passado de sua família e se aventura em um mundo muito maior, despreparada para o que ela iria descobrir e ingênua diante dos motivos distorcidos das demais pessoas. Pessoas como Nathaniel Sorrows, que confunde Ava com um anjo e cuja obsessão por ela cresce mais e mais até a noite da celebração do solstício de verão. Nessa noite, os céus se abrem, a chuva e as penas enchem o ar, enquanto a jornada de Ava e a saga de sua família caminham para um desenlace sombrio e emocionante.
 
 
 “As estranhas e belas mágoas de Ava Lavender” é um dos lindos e recentes lançamentos da Editora Novo Conceito. Foi uma leitura que fluiu de forma tão gostosa, tão leve, mesmo tendo uma proposta meio dolorosa e um desfecho difícil. É um romance muito bonito onde a autora escreveu sobre o amor entre várias gerações da família Roux/Lavender.

E o amor... vocês sabem, não é?

“O amor é capaz de nos deixar tão bobos.”

A narrativa é na voz de Ava Lavender. E ela seria uma jovem perfeitamente comum, não fosse por um detalhe: ela tem asas.

O livro começa com Ava descrevendo o seu estranho parto. Ela nasceu com asas que estão inexplicavelmente ligadas ao seu corpo. E também veio Henry, seu irmão gêmeo, que é tão calado e silencioso que talvez seja tão estranho quanto Ava.

O enredo é sobre toda a família, primordialmente materna, de Ava. Todas as aventuras e desventuras que o amor pode oferecer foram vividas pelos membros da família Roux.
Sua avó apaixonou-se apenas três vezes, até os 19 anos de idade.
Sua mãe apaixonou-se perdidamente por um único homem que deu prioridade ao conforto e ao orgulho.
E Ava e Henry sofreram consequências, mesmo que indiretas, de todas essas desventuras.

“Desta vez poderia durar. Talvez fosse um amor mais prolongado, mais profundo: uma entidade real e sólida que vivesse na casa, usasse o banheiro, comesse sua comida, desarrumasse as roupas de cama enquanto dormia. Um amor que a afagasse quando ela chorava, que dormisse com o peito pressionado contra suas contas...”

Ava Lavender conta sua história através de traços das histórias de sua família. As informações são ricas e meio tristes, repletas de um mistério sutil que ronda as vidas de seus parentes. A ambientação é do século XIX e é interessante como a própria narrativa passa esse ar sombrio e opressor que os personagens viviam.

A própria vida de Ava foi cheia de opressão, mesmo que não intencionada. Com as suas asas, ela vivia presa em casa, por proteção. E quando ela começa a questionar, e exigir, essa liberdade, as coisas ficam perigosas. Ava passará por situações difíceis que, aparentemente, estava em seu destino desde antes de seu nascimento e a suas estranhas e belas mágoas tocarão o coração do leitor.

Gostei imensamente desse livro por dois pontos primordiais: narrativa e personagens.

A narrativa é tão fluida, que parece poesia. A história é muito bem contada, de forma melódica e atrativa. E os personagens, mesmo sendo muitos, são cheios de humanidade. Eles são intensos e fracos de uma maneira muito real, e isso me atrai. São demonstradas várias formas de amor que, dependendo da perspectiva do leitor, podem ser certas ou erradas, e isso é interessante porque vai confrontar a nossa personalidade.

A única coisa que não me satisfez completamente foi o não aprofundamento das histórias desses personagens. Entendo que seja complicado, por ser apenas um livro, mas senti falta de conhecer mais apropriadamente suas perspectivas e o que fez ser o que são. No mais, é um livro bonito que pode ser lido com prazer, em apenas um dia.

“As estranhas e belas mágoas de Ava Lavender” me tocou de forma sutil e gostei muito do que li e conheci.

É um romance agridoce que ainda mantém sua leveza, mesmo em meio às tempestades.
É realmente uma bela história. 
 

ótimo

Fernanda Karen Estudante de Serviço Social com o coração no curso de Letras. Apaixonada por séries, dramas e café. Bookaholic  irrecuperável e promíscua literária. Eventualmente estou trocando um de meus rins por livros muito desejados. (Qualquer coisa é só entrar em contato). Amo YA, ficção-fantasia, clássicos (brasileiros, portugueses, ingleses, latinos etc), chick-lits... Perceberam que meu preconceito literário é zero? Ops, quase zero; não leio auto-ajuda.
Por Bianne

Eu Li: Se Eu Ficar e Para Onde Ela Foi - Gayle Forman

O que dizer de um livro que desperta sentimentos tão paradoxais?
Gayle Forman me ganhou em sua narrativa sensível e bonita, cheia de música e bons sentimentos. No entanto, esses livros também trazem uma certa inquietação. São questionamentos que, honestamente, nunca pensei que fossem rodear em minha cabeça. Mas os livros fazem isso. Eles, por mais simplórios que possam parecer, nos tiram da nossa zona de conforto e nos fazem pensar, questionar, nos confrontar.

Sei que algumas pessoas não deram nada para "Se Eu Ficar" por ser um ~romance de menininha~, porém esse livro mexeu comigo de diversas maneiras, e vou expor o porquê:

“Se eu ficar” é um livro sensível no ponto certo. Entendam, algumas pessoas podem achar que é cruel perder toda a família em um acidente de carro - e de fato é muito cruel -, no entanto, o que a autora expõe não é a perda em si. O que quero dizer é que esse não foi um livro feito para chorar (tipo Nicholas Sparks), por mais que seja meio inevitável. A narrativa é fundamentalmente a perspectiva de Mia sobre sua vida, sua família, seus amigos, seu amor pela música e por Adam, e no que interferiria ficar neste mundo sem sua família, ou ir para junto deles. Mia perdeu tudo, mas ainda resta coisas para ela nesse mundo, e ela vai ter que decidir o que será feito.

A música é sua vocação. Mia toca violoncelo, mesmo em meio a uma família roqueira, e sempre se sentiu meio estranha por isso. Então o que dizer quando ela se apaixona perdidamente por um guitarrista de uma banda de rock?

Adam é adorável e ama a música com o mesmo nível que Mia. Mesmo que sejam categorias diferentes, eles se entendem perfeitamente nessa linguagem do amor pela música. Talvez esse seja o ponto de atração principal entre os dois e é muito bonito de ver a evolução da relação. Temos uma visão completa da vida de Mia através de seus próprios olhos, enquanto ela está em coma depois do acidente.

Não tem nada de espírita ou autoajuda, por mais que Mia ande em espírito pelo hospital tentando acompanhar os enlaces das pessoas que a amam e que ficaram. É doloroso sentir sua dor pela perda terrível que ela sofreu e as dúvidas que rondam sua cabeça.

É tão mais fácil ir. É tão mais fácil acompanhar sua família. Mas e sua vida? E sua música? E Adam?

*Chorando*
"Tudo bem. Se você quiser partir. Todos nós queremos que você fique. Eu quero que você fique mais do que já desejei qualquer outra coisa na minha vida. Mas esta é a minha vontade e vejo que talvez possa não ser a sua. Então, eu só queria dizer que entendo se você decidir partir. Tudo bem se tiver de nos deixar. Tudo bem se você decidir parar de lutar.”

"Se eu ficar" é um livro agridoce porque não importa qual seja a escolha de Mia, sempre irá faltar algo nela. E por mais que eu tenha frisado o romance acima, há muitos sentimentos fortes que envolvem a família e seus amigos. Mesmo que o livro termine rápido, o leitor consegue sentir o peso de todo os sentimentos envolvidos. É cruelmente bonito.

A adaptação de "Se eu ficar" estreou ano passado e gostei bastante. Muito do livro está na produção, mas recomendo a leitura, pois podem ter alguns excessos no filme que não condizem com a obra.

"Para onde ela foi" é a continuação de "Se eu ficar".

Para ser bem honesta, achava desnecessário uma continuação para a história. "Se eu ficar" acabou super bem, na medida do possível. Mas aí eu li "Para onde ela foi" e, enquanto eu chorava de puro amor, fui mudando de ideia.

Entendam, a escolha de Mia desencadeou uma série de eventos que eu poderia apenas imaginar, mas a autora me mostrou o rumo que as coisas tomaram para sua história.

Esse livro é da perspectiva de Adam, 3 anos depois do acidente de Mia. E tudo mudou. Tudo.
Agora Adam é o guitarrista e vocalista de uma banda super famosa e as consequências desse sucesso não são nada do que ele esperava. Adam amava a música. Amava os sentimentos que fluíam dele através dos acordes de sua guitarra. Porém, o mercado é cruel. As intrigas, os ciúmes, a ansiedade e, sobretudo, a saudade fizeram de Adam uma pessoa completamente diferente daquele que conhecemos em "Se eu ficar".

Mia se ausentou completamente da vida de Adam e ele nunca soube porquê. E nunca superou.

O sucesso do seu primeiro CD foi consequência da dor que ele sentia por Mia ter ido embora. Eram letras raivosas, cheia de sentimentos e que fizeram um sucesso estrondoso. Agora Adam foge dos fotógrafos inconvenientes, toma remédios para ansiedade e fuma. E, o mais desconcertante, ele não sente mais a música com prazer. Tudo perdeu o sentido e ele não consegue recuperar isso.

Mas o destino se interpôs e Adam acaba entrando em um concerto em que Mia estará tocando. Ele não queria apertar mais a ferida, não queria confrontá-la - não mais -, apenas ouvi-la era o suficiente. Porém, Mia fica sabendo que ela está no concerto e pede para ele ir ao camarim. O reencontro foi doloroso e, claramente, nenhum dos dois estava pronto para ele.

Enquanto Adam e Mia passeiam pela cidade de New York em plena madrugada, Adam vai lembrando o que aconteceu para tudo chegar onde chegou. O leitor é apresentado a sua raiva pelo seu ponto de vista cheio de angustia. A narrativa é repleta de lembranças, de sentimentos e de música.

"Olho para ela nas sombras da cidade fechada, se cabelo caindo sobre o rosto, e posso vê-la tentando descobrir se eu pirei. E tenho de lutar com a vontade de pegá-la pelos ombros e batê-la contra um prédio até sentirmos as vibrações passando por nós. Porque de repente eu quero ouvir seus ossos chacoalharem. Quero sentir a maciez de sua pele ceder, ouvi-la perder o ar com meus quadris batendo nela. Quero puxar a cabeça dela até seu pescoço ficar exposto. Quero passar minhas mãos pelo cabelo dela até que sua respiração fique difícil. E quero fazê-la chorar e lamber as lágrimas dela. Então quero levar minha boca à dela, devorá-la viva, transmitir rodas as coisas que ela não pode entender." 

"Para onde ela foi" é o desfecho de uma história que acabou sem um fim. É a resposta do que aconteceu com Mia depois daquela tragédia e de como isso afetou o mundo a sua volta. É um livro com sentimentos raivosos e latentes que exigem respostas que não foram dadas. "Para onde ela foi" partiu meu coração do começo ao fim. Adam ficou transtornado e dói ver uma pessoa adorável (como ele era em "Se eu ficar") se transformar em alguém completamente sem rumo. Sua conclusão é linda de morrer e chorei horrores, amigos!

Gayle Forman realmente sabe escrever uma boa história no tom certo de sensibilidade sem muito apelo. São histórias bonitas, mesmo que sejam tristes. Quero ler tudo que tem disponível dessa autora para ontem!

Ainda não ouvi falar sobre a adaptação de "Para onde ela foi" mas, se tiver, preparem os lencinhos! Em breve terá resenha de "Apenas um dia", também lançado pela Editora Novo Conceito no país, aqui no blog.

E vocês, já leram algum livro da autora?
Dividam comigo aqui nos comentários!
Tem que ler imediatamente!
Fernanda Karen Estudante de Serviço Social com o coração no curso de Letras. Apaixonada por séries, dramas e café. Bookaholic  irrecuperável e promíscua literária. Eventualmente estou trocando um de meus rins por livros muito desejados. (Qualquer coisa é só entrar em contato). Amo YA, ficção-fantasia, clássicos (brasileiros, portugueses, ingleses, latinos etc), chick-lits... Perceberam que meu preconceito literário é zero? Ops, quase zero; não leio auto-ajuda.
 
Por Fernanda Karen

Eu Li: Eve & Adam - Michael Grant e Katherine Applegate



Título:
Eve & Adam
Autores: 
Michael Grant
Katherine Applegate
Editora:
Novo Conceito
Onde Comprar:
Submarino | Saraiva | FNAC

Filha única da poderosa e fria geneticista Terra Spiker, Eve fica entre a vida e a morte depois de sofrer um acidente de carro. O processo de cura no misterioso laboratório Spiker transcorre com uma rapidez impressionante, o que desperta a curiosidade da menina.
Antes que Eve estreite os laços com Solo, um rapaz que compartilha segredos com a corporação, a Dra. Spiker lhe propõe um desafio: Eve terá a chance de testar, em primeira mão, um software desenvolvido para manipular gens humanos. Ela poderá criar um namorado sob medida!
Mas brincar de Deus tem consequências, e agora Eve vai descobrir até que ponto existe perfeição.

Eve e Adam, que nos lembram claramente de Adão e Eva, são os personagens de um livro que nos mostra que a perfeição pode nem sempre ser uma coisa boa, e que a busca por ela pode trazer mais malefícios que benefícios (estamos vendo isso na TV o tempo todo). 

Eve é a filha de uma geneticista famosa e rígida, Terra Spiker, que possui uma clinica pioneira em diversos estudos (sendo que nem todos eles são divulgáveis, por motivos óbvios). Depois de um acidente que a machucou seriamente, Eve é transferida para ser cuidada na clinica de sua mãe, mas sua recuperação é muito rápida e desperta sua curiosidade e também a de Solo, uma rapaz que vive e trabalha na empresa de sua mãe, e conhece muitos segredos.

Eles dão inicio a uma amizade desconfiada, pois Eve quer descobrir o porquê de sua recuperação rápida e quais os segredos que o misterioso Solo esconde sobre ela, sua mãe e os experimentos realizados. Enquanto isso a Drª Spiker desafia Eve a construir o homem perfeito através de um software que permite escolher cor dos olhos, pele, formato do rosto, altura, etc. Mal Eve sabe que esse software não é tão inofensivo assim e que ela está se metendo em uma grande confusão. 

Acho que o aspecto sinistro da história foi a principal contribuição do Michael Grant. Estou acostumada com os livros dele que são devastadores, macabros até, e esperava muito disso no livro quando vi que ele era o coautor, e não encontrei muito do que sou acostumada a ler quando se trata dele. Não foi algo totalmente ruim, pois conheci outro lado da escrita dele, mas ainda sim deixou uma sensação de perda e foi quase um baque rsrs. Quem não conhece os outros livros do autor não vai sentir nada disso, garanto. 

Deu para perceber bem a contribuição de cada um dos autores. Katherine contribuiu com o romance, os personagens, a ambientação, e Michael incluiu a manipulação genética de humanos e animais, as vacas verdes, bichos horrendos e meninas indestrutíveis, e juntos construíram uma história infanto-juvenil que levanta questionamentos como até onde a ciência pode ir, o que é certo ou errado na busca pela perfeição e cura de doenças, o que é ético e o que não é na busca por um objetivo. 

É um livro curto, pouco mais de 260 páginas, com uma trama bem fácil de acompanhar. Gostei muito da habilidade deles em criar uma história que discute questões sérias de uma maneira adequada ao publico alvo jovem, com sua dose de diversão, ação e romance, além de deixar uma curiosidade crescente sobre ciência e o que há de avanços nela, ficando aquele pensamento se há ou não algo parecido acontecendo em algum lugar do mundo e o que significaria para a humanidade. 

Gosto muito desse aspecto da literatura, de divertir educando, conscientizando. E gostei bastante do livro, justamente porque diverte e questiona ao mesmo tempo. É ótima a ideia, pois alguns autores acham que os jovens não são capazes de seguir esse tipo de raciocínio e perdem um publico muito disposto a refletir sobre a vida, o universo e tudo mais (ops!). Agora só me resta aguardar o próximo livro :)

3,5
Por Bianne

Eu Li: Atrás do Espelho - Splintered #2 - A. G. Howard


Título:
Atrás do Espelho
Autora:
A. G. Howard
Editora:
Novo Conceito
Onde Comprar:
Submarino | Saraiva | FNAC

Em O Lado mais Sombrio , a releitura dark de Alice no País das Maravilhas , Alyssa Gardner foi coroada Rainha, mas acabou preferindo deixar seus afazeres reais para trás e viver no mundo dos humanos. Durante um ano ela tentou voltar a ser a Alyssa de antes, com seu namorado, Jeb, sua mãe, que voltou para casa, seus amigos, o baile de formatura e a promessa de ter um futuro em Londres.
No entanto, Morfeu, o intraterreno sedutor e manipulador que povoa os sonhos de Alyssa, não permitirá que ela despreze o seu legado. O mesmo vale para o País das Maravilhas, que parece não ter superado o abandono.
Alyssa se vê dividida entre dois mundos: Jeb e sua vida como humana... e a loucura inebriante do mundo de Morfeu. Quando o reino delirante começa a invadir sua vida real , Alyssa precisa encontrar uma forma de manter o equilíbrio entre as duas dimensões ou perder tudo aquilo que mais ama.

O País das Maravilhas é muito mais interessante pelos olhos de A.G. Howard, fato. Ler a perspectiva da autora sobre as aventuras de Alice e suas descendentes é muitíssimo mais empolgante e uma verdadeira aventura a cada virar de página! 

Já se passaram vários meses desde as aventuras de Alyssa no país das maravilhas junto de Jeb, que se esqueceu de tudo o que passou por lá. Mesmo com o constante sussurrar dos insetos, um lembrete de que ela não é tão normal assim, ela só pensa em terminar o ensino médio e ir estudar arte em Londres, junto com Jeb. Sua mãe está de volta em casa, e seu pai não poderia estar mais feliz com isso, pois finalmente ele tem de volta a esposa que havia perdido para a loucura, e Alyssa finalmente pode ter uma relação saudável com sua mãe. 

Porém o que ninguém sabe é que Morfeu povoa seus sonhos de noite, sonhos estes que estão ficando cada vez mais insistentes e perturbadores. Ele quer que Alyssa volte para o País das Maravilhas para deter a rainha Vermelha de uma vez por todas, e está disposto a tudo para conseguir isso, até mesmo colocar em perigo as pessoas que Alyssa ama. Sério, é um tipo de amor muito doentio, Morfeu e seu chápeu de mariposas me dão arrepios (no sentido ruim). 

E o que acontece a partir disso é uma grande e emocionante aventura, muito mais emocionante do que Alice original poderia ter vivido. É perfeito! A. G. Howard pode ter soado pretensiosa a principio ao tentar recontar um clássico da literatura, mas foi bem sucedida em reconstruir a historia de Alice com personagens mais velhos e um cenário contemporâneo. 

Não tem como contar tudo porque senão perde a graça, mas em meio a visitas de personagens clássicos, como o Rábido Branco e a Chessie (são esses personagens mesmo que você esta imaginando rs), descobrimos segredos surpreendentes sobre a mãe e o pai de Alyssa, sim, o pai dela, aquele calmo e preocupado senhor, sendo que esse último me deixou verdadeiramente de queixo caído. Alyssa vive uma enxurrada de acontecimentos que a levam a questionar onde sua verdadeira casa é, quem ela realmente ama, e o que está disposta a fazer por eles. 

A autora construiu um mundo muito fantástico sem perder a base de personagens e encantos do País das Maravilhas, sempre misturando tudo com o horror por trás da beleza aparente, as segundas intenções, as mentiras, as enganações que fazem do País das Maravilhas e seus habitantes criaturas assustadoras acima de tudo, mas mesmo assim maravilhosos em sua magia.

E o final teve uma reviravolta e tanto. Na verdade o livro é cheio de reviravoltas. Quando eu pensava que estava tudo indo por um caminho acontecia alguma coisa com alguém e aí tudo mudava de rumo e eu ficava ansiosa. Mas a reviravolta final foi de matar. De repente uma união épica das forças de Jeb, Morfeu, Alyssa e sua mãe se transformou em um desastre total, e ambas, autora e Alyssa, com suas palavras e planos, me surpreenderam com o final. O próximo livro promete ser épico! Ansiosíssima!

Super recomendado!
Por Bianne

Eu Li: A Outra Vida - Susanne Winnacker


Título:
A Outra Vida
Autor:
Susanne Winnacker
Editora:
Novo Conceito
Onde Comprar:
Submarino | Saraiva | FNAC

O mundo de Sherry — de uma hora para outra — mudou completamente. Por causa de um vírus muito contagioso, as pessoas que ela costumava conhecer, e quase todas as pessoas de sua cidade, Los Angeles, na Califórnia, se transformaram em mutantes assustadores.
Esses mutantes têm uma força excessiva, são ágeis, o corpo é coberto de pelos, eles lacrimejam um líquido imundo e… comem gente! Portanto, não há muito o que fazer — talvez tentar fugir — quando se encontra algum deles. A não ser que você tenha ao seu lado a força e a determinação de um jovem como Joshua.
Joshua perdeu uma irmã para os mutantes e sua raiva é tão grande que ele seria capaz de vingar todos aqueles que perderam alguém para as criaturas. No entanto, para que esta revanche aconteça, é preciso prudência. Afinal, até que ponto a disseminação deste vírus foi uma coisa realmente natural? Que poderosos interesses estão por trás desta devastação?
E será que Joshua e Sherry conseguirão ter a cautela necessária para lutar contra as criaturas justo agora que seus corações estão agitados pelo começo de uma paixão?


A outra vida é um livro de zumbis em um cenário pós-apocalíptico e que provavelmente apresentará uma grande inclinação para a distopia no decorrer da série. A outra vida é como os sobreviventes da doença que transformou seres humanos normais em zumbis chamam o modo de vida que levavam antes de tudo isso acontecer.

Sherry, de 15 anos, é uma dessas sobreviventes. Ela e sua família estão há três anos e alguns meses escondidos em um abrigo antibomba no porão de sua casa. Logo no começo eles recebiam mensagens dos militares falando sobres os progressos em deter as pessoas contaminadas, mas depois de um tempo os avisos começaram a ser repetidos e por fim pararam totalmente de acontecer, junto com o rádio, que parou de funcionar. Mas o estopim para o início da história que acompanhamos é a falta de comida. Os planos do pai de Sherry era que a comida estocada fosse durar quatro anos, mas faltando vários meses para o fim desse prazo a comida já acabou, e o único jeito é sair do esconderijo.

Sherry e o pai de aventuram pelo bairro, e na visita a um supermercado abandonado eles se deparam com alguns zumbis, muito mais fortes e rápidos que eles. Sherry é salva por um rapaz que nunca viu antes e que parece ter experiência em matar, mas seu pai acaba sendo capturado por um zumbi. Na busca pelo pai de Sherry, ela e
Joshua vão enfrentar muitos zumbis, descobrir segredos, e também se apaixonar. 

Eu não sou muito da vibe zumbis, não vejo The Walking Dead, não li os livros da série, e etc. Zumbis não me atraem, definitivamente, mas para tudo há uma primeira vez, e quando peguei A Outra Vida para ler pensei que essa seria minha chance começar. Bom, apesar de existirem zumbis na história eu não interpretei a trama como tendo o foco neles, e sim no por que da doença, o que foi feito ou não para curá-la, e qual a situação do mundo, tudo num caminho de questionamentos comuns em distopias, que eu adoro!

Não gostei muito da caracterização dos zumbis. Na verdade quase não houve caracterização deles, exceto o fato de parecerem estar sempre chorando, daí serem chamados Chorões, mas tirando isso não consegui construir nenhum imagem em minha cabeça que fosse assustadora ou marcante. Também achei que o romance entre os protagonistas aconteceu rápido demais. Num momento estavam lutando contra os chorões e no outro já apaixonados. Sou cética kkkkkkkk.

É um livro rápido de ler, de vocabulário simples, mas acho que devia ter sido um pouco mais assustador, com cenas mais violentas. É isso que eu espero de zumbis, anyway, e esperava sair da minha zona de conforto com esse livro e vivenciar algo bem tenso mesmo. Mas hey, é um livro infanto-juvenil, então não dava para exagerar no terror né? Mas é bom para quem não tem essa expectativa em relação ao livro, pois vai gostar dessa introdução ao um mundo modificado pela doença e começar a se questionar, junto com os personagens, sobre o que há por trás e o que os espera nos próximos livros.

Bom :)

Por Bianne