Eu Li: Julieta - Anne Fortier



Título:
Julieta
Autora:
Anne Fortier
Editora:
Arqueiro
Onde Comprar:
Submarino | Saraiva | FNAC



Julie Jacobs e sua irmã gêmea, Janice, nasceram em Siena, mas, desde que seus pais morreram, foram criadas nos Estados Unidos por sua tia-avó Rose. Quando Rose morre, deixa a casa para Janice. Para Julie restam apenas uma carta e uma revelação surpreendente - seu verdadeiro nome é Giulietta Tolomei. A carta diz que sua mãe havia descoberto um tesouro familiar muito antigo e misterioso. Intrigada, Julie parte para Siena. Mas tudo o que a mãe deixou foram papéis velhos - um caderno com diversos esboços de uma única escultura, uma antiga edição de Romeu e Julieta e o velho diário de um famoso pintor italiano, Maestro Ambrogio. O diário conta uma história trágica; há mais de 600 anos, dois jovens amantes, Giulietta Tolomei e Romeo Marescotti, morreram vítimas do ódio irreconciliável entre os Tolomei e os Salimbeni. Desde então, uma terrível maldição persegue as duas famílias. E, levando-se em conta sua linhagem e seu nome de batismo, Julie provavelmente é a próxima vítima. Tentando quebrar a maldição, ela começa a explorar a cidade. À medida que se aproxima da verdade, sua vida corre cada vez mais perigo.

Particularmente, estava esperando mais do mesmo do que são feitas das adaptações de “Romeu e Julieta” mundo a fora, porém a autora, Anne Fortier, foi além; ela me surpreendeu. Remexendo em fatos históricos, a autora adicionou uma boa dose de criatividade, juntou ao seu obvio talento como contadora de histórias e, voilá, uma versão interessante e bem contata da ~maior história de amor de todos os tempos~. 

Para começo de conversa, acho que preciso confessar que não gosto de Romeu e Julieta. Percebam, não tenho nada contra a história shakespeariana. Meu problema é com os personagens mesmo. Eles são imbecis e fazem todas as escolhas erradas. O fato é que Julie Jacobs discorda plenamente de mim. (Adoraria uma conversinha sobre o assunto com a personagem.) Julie sabe “Romeu e Julieta” de cor e salteado e, inclusive, costuma passar os verões ensaiando crianças para apresentar a famosa peça. As coisas começam a mudar quando sua tia, Rose, morre e deixa para Janice, a gêmea má, toda a sua fortuna e apenas uma carta para Julie com instruções, e com a notícia que seu verdadeiro nome é Giulieta Tomolei, para voltar à Itália e lá recuperar um tesouro deixado por sua mãe. Depois do susto inicial e da evidente revolta (como assim sem herança?? Eu faria o maior barraco!), Julie parte para Verona atrás do bendito tesouro. 

O verdadeiramente interessante de toda a história no livro é que descobrimos que a Julieta, de “Romeu e Julieta”, se chamava Giulieta Tomolei e que sua tragédia é diferente da que Shakespeare oficializou. E a partir daí teremos uma perspectiva diferente da primeira pessoa que Julie/Giulieta nos apresenta. O livro é dividido entre Verona nos tempos atuais e Verona de 1340, onde vislumbramos uma versão diferente de “Romeu e Julieta” e, francamente, bem mais emocionante. A autora, Anne Fortier, é super detalhista e nos dá uma bela perspectiva da história, enfatizando até a linguagem. Esse ponto em questão me cativou logo de cara. 


“Que tal um brinde a vosso amigo, Deus, e a todas as peças que Ele nos prega?”


Em contra partida, a nossa Guilieta Tomolei contemporânea se envolve em diversos apuros para seguir as pistas de sua herança e com a ajuda de Alessandro Salimbeni, o homem lindo da família rival, Guilieta vai tentar sobreviver aos perigos e aos mistérios de sua aventura. 

“Julieta” é um romance genuíno e recheado de aventuras. O modo que a autora trabalhou a história deixou o livro tão interessante que eu lia devagar para o bendito não acabar. Só para constar pela primeira vez na minha vida shipei Romeu e Julieta. Eles são adoráveis. Todos os elementos da história Shakespeariana estão lá, mas são recontados de uma forma tão mais... sei lá, interessante. Longe de mim dizer algo como a história de Shakespeare ser ruim. Definitivamente não é o caso. Mas o modo como a tragédia clássica se desenvolve na perspectiva da autora é mais palpável. Em contraste com a narrativa culta de 1340, a contemporaneidade traz vários pontos de vistas interessantes sobre a história. Sem falar nos diálogos deliciosos entre Julie/Giulieta e Alessandro. No final tem uma treta digna de livro policial. Eu, particularmente, gostei. Mas para quem não curte, o romance e o mistério da narrativa já é um prato cheio. 

É obvio que Anne Fortier sabe contar uma boa história. Sua narrativa é gostosa e fácil, e vai enredando aos poucos. Quando se percebe, já estamos gostando de personagens que supúnhamos não gostar jamais. Affo. 

Para quem curte um bom romance, “Julieta” é uma leitura mais do que indicada. A Editora Arqueiro caprichou na nova edição e juntando ao texto, é muita lindeza para um livro só.







Fernanda Karen Estudante de Serviço Social com o coração no curso de Letras. Apaixonada por séries, dramas e café. Bookaholic irrecuperável e promiscua literária. Eventualmente estou trocando um de meus rins por livros muito desejados. (Qualquer coisa é só entrar em contato). Amo YA, ficção-fantasia, clássicos (brasileiros, portugueses, ingleses, latinos etc), chick-lits... Perceberam que meu preconceito literário é zero? Ops, quase zero; não leio auto-ajuda.

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Formada em administração de empresas, tem fascinação por aprender idiomas (nem sempre é bem sucedida, mas vale a tentativa). É apaixonada por livros, fez muitos amigos por causa deles, e os usa para conhecer novos lugares e realidades. É também uma ARMY orgulhosa.

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